BID lança plataforma que evidencia áreas sem conectividade no Brasil
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou, nesta terça-feira, 25, uma plataforma que permite a visualização de áreas não cobertas pelas infraestruturas de conectividade no território brasileiro. Com base em dados georreferenciados, a DC2H, como a ferramenta é chamada, deve ser usada para a expansão da rede de telecomunicações no País.
Segundo Luis Guillermo Alarcon Lopez, especialista líder em conectividade do BID, a plataforma foi projetada como sequência do C2DB (Crowdsourcing for Digital Connectivity in Brazil), lançada em 2021, em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
“Os interessados [em expandir a infraestrutura] podem planejar suas intervenções em conectividade a partir dessa plataforma, podendo verificar onde a rede ainda não chega”, afirmou Lopez, em painel do Seminário Conectividade Significativa: Um Novo Desafio para o Brasil, realizado na sede da Anatel, em Brasília.
O representante do BID destacou, principalmente, os desafios de levar redes de internet à região da Floresta Amazônica.
“A Amazônia é muito diferente de todo o resto do País. O gap [lacuna] digital é três vezes maior do que em todo o Brasil”, frisou.
Nesse sentido, Lopez pontuou que as soluções que funcionam para 86% da população brasileira não necessariamente se adequam à rotina dos 14% que vivem no bioma amazônico.
Além disso, de modo geral, sinalizou que 19 milhões de pessoas ainda vivem perto ou em lugares em que não há evidência empírica de conexão de banda larga. Para cobrir essas áreas, sendo a maior parte zonas rurais, destacou o papel do crédito para pequenos provedores de internet.
“O Brasil tem uma riqueza de operadoras muito grande. O empresariado é grande e variado, mas precisa de crédito para investimentos. Metade da banda larga fixa do País está nas mãos de pequenos provedores. Como banco de desenvolvimento, queremos impulsionar programas de crédito”, afirmou.
O representante do BID, por fim, reforçou que o interesse por conectividade não se limita mais às operadoras e aos ISPs. “Existem cada vez mais setores interessados em conectividade e soluções digitais que precisam de rede. É preciso pensar em maneiras de distribuir o alcance das infraestruturas”, declarou.