Venda da Oi Móvel ainda impacta resultado da Bemobi, que mantém otimismo com telecom

Empresa perdeu cerca de 6,3 milhões de assinaturas no intervalo de um ano até o terceiro trimestre; com lucro e receita em queda, indica que ainda tem planos para a indústria de telecomunicações
Bemobi amarga perdas de assinantes com o fim da Oi Móvel, mas mantém otimismo com teles e ISPs
Fim da Oi Móvel afeta números da Bemobi, que mantém otimismo com teles e ISPs (crédito: Reprodução)

O fim das operações móveis da Oi segue impactando negativamente os resultados da Bemobi. A empresa especializada em distribuição e monetização de soluções digitais perdeu cerca de 6,3 milhões de clientes no intervalo de um ano até o terceiro trimestre de 2023, conforme o balanço financeiro do período, divulgado na quinta-feira, 9.

A Bemobi encerrou o mês de setembro com 21,9 milhões de assinatura ativas pagas por usuários, queda de 22% em relação ao encerramento do terceiro trimestre do ano passado, quando contava com 28,2 milhões de assinantes.

“Neste trimestre, mais uma vez seguimos afetados pelo impacto da descontinuidade da Oi Móvel”, afirmou Pedro Ripper, CEO da Bemobi, em trecho do relatório financeiro. “A solução de Assinaturas Digitais apresentou o desempenho mais fraco dentre todas as verticais, refletindo, além do efeito Oi, o impacto cambial negativo sobre as receitas das operações internacionais, principalmente, Paquistão e Nigéria”, acrescentou.

No documento, o executivo adiantou que a descontinuidade do serviço móvel da Oi ainda deve afetar os números do quarto trimestre – o impacto já tinha sido sentido no período de abril a junho. No entanto, “sem impacto material previsto em 2024”, indicou.

Apesar das perdas relacionadas à Oi, a Bemobi se mostra confiante no setor de telecomunicações, sobretudo pela possibilidade de se aproximar de provedores de serviços de internet (ISPs). No terceiro trimestre, a vertical de intermediação de pagamentos atingiu recorde histórico de R$ 1,7 bilhão, 12% superior ao apurado no mesmo período do ano passado. O volume de microtransações chegou a 82,7 milhões, avançando 7% na comparação interanual.

“Na indústria de telecom vislumbramos potencial de crescimento através do aumento de penetração de nossas soluções, como por exemplo: (i) incremento no volume de recargas em canais próprios das operadoras,(ii) aumento do share de planos Controle sem fatura, (iii) soluções de pagamento parcelado de faturas, dentre outros”, indica a companhia.

Resultados financeiros

No terceiro trimestre, a receita líquida da companhia atingiu R$ 133,7 milhões, baixa de 5% ante o mesmo período de 2022. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 4%, ficando em R$ 43,4 milhões. A margem EBTIDA, por outro lado, avançou 0,4 ponto percentual, alcançando 32,5%. O lucro líquido totalizou R$ 16,3 milhões, baixa de 59%.

Aquisições

Em comunicado ao mercado, a Bemobi informou que assinou um memorando de entendimento (MoU) não vinculante com o Grupo Salta para aquisição dos serviços digitais Agenda Edu e EduPay.

A Agenda Edu é uma EdTech que oferece uma solução de SaaS com foco em gestão e planejamento financeiro para escolas. O serviço é utilizado por mais de 2,5 mil instituições de ensino. Já o EduPay é uma ferramenta para pagamentos digitais integrada à Agenda Edu.

“A referida transação está em linha com a estratégia da Companhia de ampliar sua atuação na vertical de soluções de pagamentos e canais digitais de relacionamento, expandindo agora nossa atuação ao segmento de educação privada no Brasil”, disse a Bemobi, em trecho do comunicado.

A operação ainda passará por análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e depende de assinatura de contrato de compra e venda definitivo.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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