BC quer ampliar uso do Pix com pagamentos sem conectividade

Tecnologias NFC, RFID, bluetooth e biometria estão na mira da autoridade monetária; instituição também diz que 5G pode potencializar a ferramenta financeira

BC planeja expandir o uso do Pix com a adoção de tecnologias que dispensam conectividade
Adoção de tecnologias que dispensam conectividade deve universalizar uso do Pix, avalia BC (crédito: Freepik)

O Banco Central (BC) planeja integrar o Pix a tecnologias que funcionam sem a necessidade de conexão à internet. Nesse sentido, a autoridade monetária estuda a incorporação de NFC (aproximação), RFID (identificação por radiofrequência), bluetooth e biometria como formas de ampliar as possibilidades de uso do sistema de pagamento instantâneo.

Em relatório no qual avalia o desenvolvimento e a implementação do PIX entre os anos de 2020 e 2022, divulgado nesta segunda-feira, 4, o BC ressaltou os planos de tornar o Pix um “instrumento de pagamento universal”. “A intenção é que o Pix passe, efetivamente, a atender a situações e casos de uso ainda não cobertos e que aprimore a experiência de pagamento dos usuários, atendendo à demanda da sociedade”, pontuou.

Na avaliação da instituição, o futuro do Pix passa pelo “uso de outras formas de iniciação que permitam que o pagador esteja sem conectividade à internet para realizar transações”. O BC acredita que a dispensa de conexão pode “ampliar o acesso e dar mais comodidade ao usuário”, além de incentivar a substituição de meios de pagamento “menos eficientes”.

Além do mais, o BC indica que, como a operação de tais formas de pagamento é mais rápida, pode potencializar casos de uso específicos, como pagamentos em pedágios, estacionamentos e transporte público. O empreendedorismo, na visão do BC, também tende a ganhar.

“Muitos negócios que hoje não [são] realizados pela falta de ‘conectividade’ poderão ser viabilizados instantaneamente, de forma simples, segura e com menor custo”, frisa.

Por outro lado, o BC avalia que o 5G – tecnologia de internet móvel mais potente na atualidade – também beneficiará o sistema de pagamento instantâneo, sobretudo em seu uso no varejo.

“A capacidade de processamento das transações em menor intervalo de tempo permitirá a potencialização do uso dos instrumentos digitais, como o Pix”, diz a autoridade monetária, em trecho do relatório.

Pagamentos internacionais

De acordo com o BC, no futuro, o Pix também deve ser integrado a sistemas instantâneos internacionais, o que viabilizará a realização de transações transfronteiriças entre o Brasil e outros países, tanto para pagamentos entre empresas como para compras de bens e serviços diretos do exterior.

De todo modo, para o ano que vem, está nos planos do BC o lançamento da função PIX Automático, que deve funcionar de modo semelhante ao débito automático em conta, mas de forma menos complexa.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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