Março foi de superávit de R$ 1,2 bilhão para o setor público, diz BC
O mês de março fechou com resultado primário de superávit para o setor público consolidado (que engloba governo, estados, municípios e empresas estatais) em R$ 1,2 bilhão. O resultado surpreendeu alguns analistas, como os ouvidos por uma pesquisa da Reuters, que apontavam expectativa de saldo negativo de R$ 1,5 bilhão.
Enquanto o governo central e as empresas estatais registraram déficits de R$1,9 bilhão e de R$ 343 milhões, respectivamente, os governos regionais tiveram superávit de R$3,4 bilhões, o que puxou para cima o resultado do setor público consolidado.
No mesmo mês do ano passado, os números foram deficitários em R$ 14,2 bilhões. Já no acumulado de doze meses até março último, o setor público consolidado registra déficit de R$ 252,9 bilhões. O valor equivale a 2,29% do produto interno bruto (PIB) e representa uma queda de 0,15 ponto percentual em relação ao déficit acumulado até fevereiro.
Inclusão do pagamento das dívidas
Ao incluir no cálculo o pagamento dos juros da dívida pública, as contas do setor público consolidado, por outro lado, apresentam um déficit nominal de R$ 63 bilhões em março. Quando considerado o acumulado de doze meses até março, o déficit nominal é de R$ 998,6 bilhões.
Dívida do setor público
O BC divulgou ainda a dívida bruta do governo geral, que compreende os governos federal, estaduais e municipais, além do INSS. Em março, essa dívida foi de 75,5% do PIB – equivalente a R$ 8,3 trilhões. O índice representa 0,2 ponto percentual do PIB em relação a fevereiro. O atual patamar é o mais alto desde abril de 2022, quando somou 76,3% do PIB. Ou seja, é o maior nível em cerca de dois anos.
“Essa evolução no mês decorreu do efeito dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), do resgate líquido de dívida (redução de 0,2 p.p.), e da variação do PIB nominal (redução de 0,2 p.p.). No ano, o aumento de 1,3 p.p. do PIB decorre principalmente da incorporação de juros nominais (aumento de 1,9 p.p.), da emissão líquida de dívida (aumento de 0,3 p.p.), e do crescimento do PIB nominal (redução de 1,2 p.p.)”, explica o BC.