As tendências em Inteligência Artificial (IA) para 2023

Ética em IA, saúde inteligente, regulação participativa e democratização da ciência de dados são as previsões de Rui Bueno, diretor de pré-vendas do SAS.
As tendências em Inteligência Artificial para 2023 
Rui Bueno, diretor de pré-vendas do SAS, assinala que o Analytics será democratizado. Crédito-Divulgação

Entre as tendências em Inteligência artificial (IA) para 2023 está que o seu uso crescerá ainda mais, à medida em que as organizações se derem conta dos ganhos e eficiência que ela promove. Em relação à Ética de dados, a preocupação com os vieses negativos permanecerá, mas ganhará força também o reconhecimento de viés positivo e como fazer uso dele. A aplicação na área de saúde vai ser disseminada, com hospitais cada vez mais inteligentes.

Empresas procurarão ser proativas na regulação e haverá uma democratização das funções de cientista dados, a partir do reconhecimento de que a ciência de dados não é mais uma habilidade apenas para poucos técnicos, e todos devem ser capacitados para trabalhar com dados confortavelmente. Essas foram as previsões e tendências para 2023 que o SAS apurou junto ao time global de especialistas da empresa.

“Algumas dessas tendências estão relacionadas com outros temas que o mercado está olhando, como a agenda ESG, especialmente os vises negativos. As empresas brasileiras, principalmente do setor financeiro, vão dar bastante foco nessa agenda porque isso pode influenciar diretamente o seu valor de mercado. Quem está fazendo análise de crédito com seus clientes, não gostaria de ver vazado no mercado e manchar sua reputação junto a investidores e acionistas porque está enviesando sua análise com referências como local de moradia, sexo, cor ou qualquer combinação. A experiência negativa  se espalha muito mais rápido do que a positiva, especialmente em contextos de redes sociais. Uma alternativa é prover os seus sistemas de uma outra IA que monitore a própria IA que faz as análises”, diz Rui Bueno, diretor de pré-vendas do SAS.

Confira as tendências:

IA entra em uma fase “menos é mais”
A inteligência artificial proliferará à medida em que as organizações perceberem que “menos é mais”, e, silenciosamente, desviarem o foco da inovação “por atacado” como um objetivo. Em vez disso, a IA será aplicada a um espectro mais amplo de pontos de decisão e ações menores, cujo impacto coletivo é maior do que a soma das partes. Assim, paradoxalmente, há uma transformação cada vez mais ousada à medida que as organizações e seus funcionários se tornam amplamente conscientes e confortáveis usando essas tecnologias.

IA reconhecerá todos os vieses

As discussões em torno do viés da tecnologia geralmente envolvem apenas o lado negativo – e como evitar que esses vieses causem danos. Em 2023, a indústria também começará a examinar a possibilidade de viés positivo – e se podemos injetá-lo na IA para ajudar a moldar um mundo com mais equidade.

Hospital com IA torna-se realidade

Os principais hospitais e outras organizações do setor de saúde do mundo mostraram como o hospital com a IA pode se tornar realidade trazendo inteligência e análise para a beira do leito.  E, nesse segmento, entre as tendências da Inteligência Artificial estará a IA multimodal para impulsionar a descoberta de sinais e insights em vários fluxos de dados paralelos, como imagem, genômica e registros clínicos. Essa tendência permitirá que outros players do setor sigam o exemplo e procurem IA conectada para melhorar a tomada de decisões clínicas, obter sistemas de alerta precoce em ambientes de cuidados críticos e monitorar a adesão a importantes protocolos.

Empresas estabelecerão diretrizes perante reguladores

Em 2022, a indústria de tecnologia começou a se unir para discutir questões de ética na IA. Em 2023, empresas podem se voluntariar para assumir diretrizes e começar a estabelecer por si mesmas quais são seus limites para riscos e princípios específicos antes das regulamentações governamentais. Porém, isso só funcionará se a indústria continuar a desmistificar a Inteligência Artificial com
exemplos claros e definições padrão que reduzam o medo em torno da tecnologia.
“Alguns mercados procuram se autorregular antes da regulação do próprio governo, que tende a reagir mais tarde, deixando o mercado agir sozinho. Um exemplo é a Susep. Setores como o financeiro e o de telecomunicações são melhor organizados e devem agir por uma ação mais saudável e de respeito aos clientes, pois se uma empresa falha, acaba manchando a reputação de todo o setor”, observa Bueno.

Democratização de data science para operacionalizar IA

A demanda por cientistas de dados cresceu e as empresas disputam os melhores talentos, o que leva à dificuldade em colocar modelos em produção para operacionalizar a Inteligência Artificial. Ao mesmo tempo, as organizações estão reconhecendo que a ciência de dados não é mais uma habilidade apenas para poucos técnicos e todos devem ser capacitados para trabalhar com dados
confortavelmente.

Em 2023, entre as tendências em Inteligência Artificial, estará presente a consolidação de diversas soluções de IA e analytics em torno de ferramentas modernas, abertas e multilíngues que aumentarão a produtividade da ciência de dados, capacitarão os usuários finais a realizar tarefas básicas de analytics e permitirão que os cientistas de dados se concentrem nas tarefas principais. Ao democratizar analytics, mais pessoas podem entrar nessa área. “Esse tema de menos é mais, é uma das tendências mais fortes. A ciência de dados não é nova. O SAS faz isso há 40 anos, a capacidade de computação só melhorou as técnicas. Mas quando explodiu a demanda há quatro anos, criaram-se grandes equipes e a área virou um grande laboratório acadêmico.

Havia muita produção, mas pouca aplicação prática. Agora passou-se a focar mais em pontos estratégicos. Para aproveitar melhor essa tendência, é preciso democratizar a prática, seja implementando uma ferramenta ou interface que permita que uma pessoa comum, mesmo que não seja uma cientista de dados, possa construir modelos estatísticos com a mesma facilidade com que usa o Excell”, conclui o diretor de pré-vendas do SAS.

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Redação DMI

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