Antenas vão apontar quem esteve nos locais depredados em Brasília
A ordem do ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para as operadoras fornecerem registros de quem estava nas imediações dos locais depredados no domingo, 8, deve ter apoio de dados de dezenas de estações radiobase das operadoras móveis Claro, TIM e Vivo.
A região da Esplanada dos Ministérios, da Praça dos Três Poderes, e também o Setor Militar, onde golpistas acampam são cobertas por cerca de 102 antenas ao todo, conforme dados extraídos do site de infraestrutura do serviço móvel da Anatel.
A expectativa das autoridades é que a triangulação de dados permita a identificação dos vândalos que passaram por ali e participaram do quebra-quebra do patrimônio público, destruíram obras de arte, e edificações tombadas pelo patrimônio histórico.
Nas regiões mencionadas, a Claro tem registrada na Anatel 13 estações radiobase instaladas. A TIM possui 41, e a Vivo, 48. Os dados são de setembro do ano passado.
A triangulação acontece com a identificação nos logs de acesso das estações de um celular. A partir da aí, são cruzadas informações de outras estações para se obter a localização precisa daquele chip. Os dados das operadoras podem também identificar se o chip corresponde a um plano pré ou pós-pago e o CPF do usuário.
As estações podem estar sobrepostas, dividindo a mesma torre, mas são contabilizadas no sistema da agência de modo individual por tecnologia e faixa de frequência, o que explica o número mais alto de antenas do que pontos de referência no mapa.
Confira no mapa interativo abaixo onde ficam as antenas no locais depredados e de concentração de golpistas em Brasília:
E abaixo, o mapa tridimensional das ocorrências e local das estações:
O vandalismo de domingo resultou no afastamento temporário do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, além de ordem para levantamento e retirada de conteúdo dos golpistas nas plataformas digitais.
Hoje, 9, 11 agências reguladoras, entre as quais a Anatel, divulgaram nota de repúdio condenando os atos golpistas que resultaram em quebradeira. A Anatel diz que, por enquanto, não recebeu oficialmente a notificação do STF que determina a mobilização para operadoras entregarem os dados de geolocalização.
Procuradas, Claro, TIM e Vivo informaram manifestaram-se via Conexis Brasil Digital (antigo SindiTelebrasil): "As prestadoras associadas à Conexis Brasil Digital informam que cumprem as decisões judiciais e esclarecem que todos os registros de conexão feitos pelas redes móveis das empresas já são armazenados por prazo superior ao requerido, de acordo com a legislação".
