Antena celular gera renda nas favelas
Conexões em favelas
2º Lugar (empatado)
Categoria Operadoras e Fornecedores de Infraestrutura
Serviço inovador: Conectividade
[O Tele.Síntese publica ao longo das próximas semanas as reportagens publicadas no Anuário Tele.Síntese de Inovação 2022, editado no final do ano passado e que pode ser baixado na íntegra e gratuitamente aqui]
No Brasil, existem cerca de 6.400 comunidades com uma população de aproximadamente 37 milhões de pessoas, mas 40% sofrem com a falta de infraestrutura de telecomunicações, sem acesso à internet ou com serviço de baixa qualidade. Viabilizar o fornecimento de conectividade em áreas com limitações de segurança e restrição de acesso físico, normalmente em favelas e bairros com condições similares, tem sido um desafio para as operadoras.
Dentro de sua missão como ofertante de infraestrutura para operadoras, a IHS, terceira maior torreira do mundo, vem enfrentando esse desafio com soluções tecnológicas e de modelo de negócios inovadores. São instalações compactas que utilizam as próprias moradias como base, eliminando a forma tradicional de construção por meio da instalação de torres ou postes.
O projeto inclui formação de mão de obra local para ser empregada nas atividades de manutenção e remunera o morador ou empreendedor local, tornando-o um parceiro que cuida da segurança patrimonial dos da antena celular, dos equipamentos e de pessoas externas que precisem acessar o local para garantir a continuidade de seu bom funcionamento dentro da favela.
“Criam-se uma ação social e um ecossistema voltado para manter a segurança. Hoje temos duas instalações no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, sem nenhuma ação de vandalismo; e, em todos esses locais, houve aumento de tráfego reprimido. O piloto serviu para fixar conceito e mostrar que o projeto é viável”, informa Aldo Clementi, diretor de Desenvolvimento e Negócios da IHS Towers. O executivo antecipa que já tem contrato firmado com a TIM e está em negociações com a Claro e com alguns provedores regionais.
Ele explica que o objetivo da solução é proporcionar a operadoras e ISPs infraestrutura para a entrada ou melhoria de conectividade nessas regiões. Isso inclui renda aos proprietários dos imóveis onde são instalados os sites e novas oportunidades de trabalho aos moradores.
Por outro lado, houve utilização de parceiros, como Outdoor Social e Afroreggae, com histórico de atuação nas próprias comunidades, que tornam possíveis a formação e o treinamento de mão de obra local. Isso permite estabelecer vínculos com a comunidade em alguns casos, envolvendo o desenvolvimento de projetos sociais de alto impacto e longo prazo nessas regiões.
“Os parceiros contribuem, principalmente, para identificar os locais ideais onde as infraestruturas serão instaladas, acompanhar as visitas de técnicos para instalação e formar mão de obra local para manutenção dos equipamentos”, conclui Clementi. (Por Carmen Nery)