Anatel e AGU vão manter disputa contra a Oi na justiça pelas multas

Quadros disse que avisou ao presidente Michel Temer, ao ministro Kassab e à ministra da AGU, na reunião do dia 18, que iria votar contra para preservar todos e porque a Anatel sabia que sua posição não iria interferir na posição final da Assembleia.

 

Foto: Gabriel JaburO presidente da Anatel, Juarez Quadros, afirmou hoje, 20, que assim que o juiz Fernando Viana homologar o plano de recuperação aprovado ontem, 19, pelos credores da Oi, a AGU (Advocacia Geral da União, que representa a agência na esfera judicial) irá continuar com os recursos jurídicos contra o plano da Oi.

“Decisão de justiça devemos cumprir, mas a Anatel e a AGU vão continuar no litígio, pois não há previsão legal para o parcelamento da dívida do créditos públicos”, voltou a insistir o presidente da agência, lembrando que qualquer servidor público tem obrigação legal de questionar a decisão. ” A decisão da assembleia é preocupante”, afirmou ele.

Na reunião com o presidente da República, Michel Temer, o ministro Gilberto Kassab, de C&T, e o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o presidente da agência disse que comunicou ao governo a posição do conselho. “O governo brasileiro não permite o parcelamento de créditos públicos sem previsão legal e isso poderia comprometer toda a cadeia de comando, desde o Ministro de Estado ao Presidente da República”, explicou Quadros para defender a posição assumida pelo voto contrário.

Executória

Quadros explicou que o conselho diretor decidiu por unanimidade que seu representante iria votar contra o plano tendo em mãos  o parecer da procuradoria de setembro deste ano, com valor executório, determinando o voto contrário na assembleia. Segundo ele, o conselho entendeu que a última decisão da AGU, comunicada ontem, de que a Anatel  poderia votar conforme o “melhor interesse público” era meramente opinativa e não mandatória.

Mas na reunião no Palácio do Planalto, Quadros também avisou ao Presidente que  o voto da Anatel não iria intereferir na aprovação do plano pelos demais credores. ” A Anatel tinha a avaliação de que mesmo votando contra, isso não iria impedir que o plano fosse aprovado. Porque só temos R$ 11,2 bilhões da dívida de R$ 64 bilhões, a maioria de credores privados”, afirmou ele.

Quadros disse ainda que a agência descartou o risco de a sua posição contrária ao plano levar à decretação de falência da operadora. “Essa avaliação foi feita, mas a conclusão foi de que esta questão era secundária. O  mais importante era  preservar do conselho, a AGU”, concluiu.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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