Anatel desenvolve ferramenta de IA Generativa para o setor público
A Anatel desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial (IA) generativa, que se alimenta dos processos da autarquia e pode ser acionada pelos servidores para produzir rapidamente documentos comuns, como ofícios. O recurso será implantado junto ao SEI, o sistema eletrônico de gestão de documentos utilizado pelo Poder Público em Brasília.
A ferramenta é resultado do grupo de trabalho temático sobre IA, criado em 2023 dentro da agência. O módulo do SEI de IA generativa, além de produzir documento, também tem condições de fazer a sumarização dos processos. Foram utilizadas dois grandes modelos de linguagens, ao menos um dos quais, brasileiro.
“Estamos concluindo o desenvolvimento de um módulo do SEI de inteligência artificial generativa que será lançado agora em junho. Desenvolvemos internamente, e isso poderá ser utilizado por quaisquer outros órgãos”, revelou Abraão Balbino, superintendente executivo, na reunião extraordinária desta terça-feira, 18, do Conselho Consultivo da Anatel.
“Um servidor, por exemplo, quer fazer uma notificação a todas as operadoras de um determinado assunto. Ele pede para o módulo desenvolver um ofício, e a partir do comando, este ofício é gerado. A solução é treinada com todo o repositório, todos os históricos de processos da Anatel”, completou.
Impacto para o setor de telecom
Além da utilização interna, a Anatel também estuda como a IA vai impactar as telecomunicações. “Nossa intenção é criar um observatório de iniciativas de inteligência artificial para o setor e a partir disso criar um ambiente de fomento, criar ciclos virtuosos”, adiantou Balbino.
O tema é alvo de uma tomada de subsídio que está aberta no site de participação social da autarquia. “A gente ainda não sabe todos os produtos que isso vai originar, mas queremos fomentar o desenvolvimento da inteligência artificial no nosso setor”, resumiu.
Segundo Abraão, a Anatel é candidata a reguladora da IA no Brasil. “Entendemos que a Anatel tem expertise suficiente para acompanhar isso de perto. Fechamos parceria com a Unesco há dois meses para acompanhar a implantação da recomendação de uso ético da inteligência artificial. Já estamos com equipe de trabalho para esse acompanhamento. Isso é atividade que estamos fazendo. É o início de um trabalho que vai evoluir”, falou.