Anatel aprova compra da Nextel pela AINMT (atual Ice Group)

A operadora da escandinávia já pagou por 30% da operadora brasileira, mas os outros 30%, pelos quais vai desembolsar US$ 150 milhões, estão condicionados à renegociação da dívida com os bancos brasileiros e chinês.

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A Anatel finalmente aprovou – com a anuência prévia publicada hoje, 17, no Diário Oficial da União-  o ingresso da operadora da escandinávia, AINMT, que mudou de nome para Ice Group, no controle da brasileira Nextel.

O pedido de autorização para a venda da Nextel ( se a operação for mesmo concretizada em sua plenitude  a empresa nórdica ficará com 60% do capital da brasileira) foi feito em junho deste ano.

A operação prevê duas etapas de compras. A primeira já se concretizou, mas a segunda corre o risco de não ser efetivada. Na primeira etapa, a AINMT adquiriu 30% da Nextel, por US$ 50 milhões.

A segunda etapa, porém, corre o risco de não sair. A empresa europeia condicionou a aquisição – que deveria ter sido concretizada em 15 de novembro, mas foi adiada – à renegociação das dívidas com os bancos brasileiros e chinês. O Ice Group vai injetar mais US$ 150 milhões por outros 30%.

A Nextel conseguiu renegociar seus débitos com os bancos nacionais, mas ainda não teve resposta do banco da China, que tem até 31 de dezembro para informar se aceita ou não refinanciar os empréstimos realizados.

Com a aprovação de hoje pela Anatel, o grupo da escandinávia – que opera na Dinamarca, Noruega e Suécia  oferecendo banda larga na frequência de 450 MHz – já pode indicar representantes para o conselho de administração da empresa brasileira.

Conforme o parecer do conselheiro Otávio Luiz Rodrigues, relator do processo, a empresa também está iniciando as operações nas Filipinas e Indonésia.

450 MHz

A Nextel tem frequências de telefonia celular em 900 , 1,8 GHz  em SP e 1,9/2,1 em todo o país além de faixa mais baixa de 800 MHz que usava para prestar o serviço de trunking (SME), que foi descontinuado. Mas não detém a frequência de 450 MHz onde atua a sua nova sócia.

Esta frequência, que foi adquirida pelas operadoras de celular Vivo, Claro e TIM junto com a compra do espectro de 2,5 GHz está agora em litígio na Anatel.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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