Anatel admite consolidação como alternativa para a 5G

Para o superintendente de Competição, a 5G irá demandar maiores economias de escala e de escopo, provocando a consolidação de operadoras, mudança no modelo de negócios e a verticalização da cadeia de valor.

O superintendente de Competição, Abraão Balbino, afirmou hoje, 3, durante seminário na Anatel, que, com a queda de rentabilidade enfrentada pelas operadoras de telecomunicações nos últimos anos, a nova tecnologia do celular, a 5G , poderá ser a oportunidade para as telcos se reinventarem. E a 5G irá demandar, porém, maiores economias de escala e de escopo que poderão levar a três saídas: a consolidação do mercado, a mudança no modelo de negócios, ou a verticalização da cadeia de valor.

A consolidação pressupõe a fusão entre operadoras de telecomunicações. Mudança no modelo de negócios pode significar, por exemplo, que  a operadora de telecom passe a ser também uma fornecedora de conteúdos para a internet; e verticalização da cadeia de valor é a aquisição  de empresas de outros ramos, como fez a AT&T, que comprou a Time Warner.

“Existem muitos desafios para a sustentabilidade, mas o setor saiu daquela visão muito pessimista e está agora com outro dilema, de como fazer e o que fazer. Para o regulador, interessa um ecossistema sustentável”, afirmou ele.

Balbino assinalou que até  poucos anos atrás,  as operadoras de telecomunicações e as empresas de internet – OTTs- tinham o mesmo valor na bolsa de valores, e essa curva se inverteu, com a queda de valor das telcos e a forte valorização das OTTs. “As operadoras precisam pensar fora da caixa”, afirmou.

Já o superintendente de Executivo da Anatel, Carlos Baigorri, assinalou que o principal desafio do regulador é não matar uma inovação tecnológica, ao tentar impor uma regulamentação para proteger agentes de mercado estabelecidos.

Cade

Para o ex-presidente do Cade (órgão de Defesa da Concorrência),  Vinicius Marques de Carvalho, dois são os temas ainda muito controversos na teoria da defesa da concorrência: o impacto da inovação nas condutas empresariais e as restrições que devem haver nas consolidações verticais de mercado. “Cade e Anatel terão que interagir muito”, afirmou.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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