América Móvil diz subsidiar concorrentes no México
Ao divulgar o relatório financeiro para ano de 2015, a América Móvil (AMX) não deixou de fora seu comentário crítico à reforma das telecomunicações no país de origem, o México. Ali, onde domina o mercado, a companhia foi forçada por uma regulamentação aprovada em meados de 2014 a se desfazer de parte dos ativos e oferecer a concorrentes o acesso a sua infraestrutura.
A empresa afirma que, desde que as regras passaram a vigorar, a competição local aumentou com a criação de novas operadoras virtuais no país e da expansão de duas concorrentes, cujos nomes não cita mas deixa claro se tratar de AT&T e Telefónica.
“Em nível mundial, a América Móvil é menor que estes competidores em termos de receita, lucro e valor da companhia. Mesmo assim, essas duas grandes empresas são subsidiadas pela América Móvil devido à regulação assimétrica”, alfineta a empresa.
A companhia, que controla a Claro no Brasil, destaca que compete de forma desigual, obtendo receita em pesos, enquanto uma das concorrentes (AT&T) se beneficia da integração com a operação dos Estados Unidos. “Os preços líquidos do competidor para serviços móveis no México são consideravelmente mais baixos que nos EUA”, afirma a AMX, que em seguida joga panos quentes nas críticas e conclui afirmando que as reformas intensificaram a competição, beneficiando o consumidor.
Resultados
No mundo, a AMX encerrou o ano com 367 milhões de linhas, 0,3% menos que em 2014. Deste total, 286 milhões são usuários móveis, 35 milhões fixos, 24 milhões de banda larga, e 22 milhões de TV paga. A base móvel encolheu 1,4% em 2015, em relação a 2014, enquanto a fixa aumentou 3,6%, e a de banda larga fixa, 6,6%.
O México se manteve como principal mercado para a operadora, com 73,7 milhões de usuários móveis, aumento de 3,1%. O resultado ampliou a distância em relação ao Brasil, segundo mercado, com 65,9 milhões de acessos celulares, queda de 7,2%. Atualmente, 32,5% da receita da companhia provêm de serviços de voz móvel, enquanto 31,7% vêm de dados móveis.
A companhia apresentou receita total de 894 bilhões de pesos (equivalente a US$ 47,5 bilhões) no ano que passou, 17,7% a mais que em 2014. Desse total, a brasileira Claro representou cerca de US$ US$ 9 bilhões (quase 19% da receita do grupo). Os custos subiram a taxa menor, de 4,2%, para US$ 33,26 bilhões.
O EBITDA ficou em US$ 14,1 bilhões, 5,4% mais baixo. O lucro líquido obtido no período caiu 24,1%, para US$ 1,85 bilhão. A dívida foi reduzida, terminando o ano em 33,8 bilhões de pesos (US$ 1,8 bilhão), ante 36,5 bilhões de pesos em 2014.