Aloo Telecom planeja chegada ao Sudeste

Empresa alagoana traça metas de crescimentos de dois dígitos para 2017, repetindo histórico de 2016, investe em fibra e cresce no mercado de conectividade B2B, a ISPs, carriers e governo.

Felipe-cansancao-aloo-telecomUma empresa de Alagoas está conseguindo abocanhar clientes habituais de grandes operadoras com uma receita simples: entregar mais por menos. Assim a Aloo Telecom, criada em Maceió (AL) em 2003, vem ganhando licitações de importantes órgãos de governo, atendendo grandes clientes corporativos e investindo em uma infraestrutura de atacado que já cobre o Nordeste e deve alcançar o resto do país até 2021.

Quem conta a estratégia é seu CEO, Felipe Cansanção. Empreendedor desde os 17 anos, ele vendeu duas lojas franqueadas da Oi no começo do anos 2000 e com o dinheiro se tornou sócio-fundador da Aloo Telecom, empresa criada para vender banda larga através da rede da distribuidora de TV paga Big TV na capital do estado.

O negócio da banda larga cresceu muito. A Big resolveu investir sozinha ao notar que os combos seriam promissores, deixando de ceder o espaço aos provedores regionais que usavam sua infraestrutura.

A Aloo Telecom teve de mudar o modelo, passando do cabo ao rádio. Em dois anos chegou a atender 6 mil clientes. Em 2007, Cansanção percebeu que o varejo, apesar do potencial, não era uma oportunidade tão grande quanto o atacado. “Na época, fizemos a primeira rede de fibra óptica metropolitana de Maceió, um anel com capacidade de 1 Gbps e 80 km. Ele servia como backhaul para as torres de rádio e nos permitiu visualizar o mercado corporativo”, lembra.

Em 2009 a Aloo saiu do segmento de varejo. “Percebemos que as grandes operadoras iam entrar”, diz. Curiosamente, hoje a empresa concorre em pé de igualdade com as grandes, sendo o único provedor de uma infovia estadual que não pertence a um grande grupo econômico.

Agora, cresce suas redes para o resto do Brasil. Já tem fibras, próprias ou contratos de swaps, ligando o Nordeste a Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia. “De 2017 a 2019 objetivo é acender essas fibras, e ter um backbone nacional em operação em 2021”, ressalta. O plano é deter o foco sobre quatro verticais: o atendimento a outras operadoras, clientes corporativos, governo e ISPs.

Atende a todos com uma rede que tem capilaridade da Bahia ao Piauí, numa expansão que durou até o ano passado. A rede se conecta com a internet mundial por saídas em cabos submarinos de Fortaleza, da Level 3 e da Sparkle (Telecom Italia) e pelo PTT da Alog (Equinix) no Nordeste. A operadora tem hoje 25 mil km lineares de fibra, dos quais 14 mil são resultado de swap com Telefônica e TIM. Até 2019, espera ter 32 mil km de backbone em fibra.

Em 2015 a empresa faturou R$ 47 milhões. “Estamos fechando 2016 próximo dos R$ 70 milhões de faturamento. Para 2017, a meta é chegar aos R$ 105 milhões”, diz Cansanção. O valor está nos clientes, cuja receita é equilibrada naquelas quatro verticais.

Entre e 2016, ganhou 24 licitações, vendendo conexões até 13 vezes mais rápidas que seu principal concorrente local, a Oi, cobrando menos pelo megabit. A Aloo é responsável pela infovia do governo de Alagoas, atende a aeroportos, Ministério Público, Chesf, Universidades, órgãos do judiciário. Tem 200 ISPs na carteira e um número não revelado de clientes B2B, espalhados em 500 cidades. Este ano, vai participar da disputa pelas infovias de Sergipe, Pernambuco e Bahia.

O crescimento da empresa, que tem 140 funcionários diretos e outros 450 indiretos, é ancorado em uma política agressiva de investimentos. Em 2016 o Capex foi de R$ 18 milhões. Para este ano, será de R$ 75 milhões. Política que deve continuar pelos anos seguintes. “Vamos abrir escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Belo Horizonte até 2018, com intenção de atender empresas dessas cidades”, avisa o empresário, ansioso por conquistar novos territórios.

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Rafael Bucco

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