Algar cresce no B2C, mas abre 2024 com prejuízo de R$ 54,7 milhões

Receita da operadora avançou 2,3% no primeiro trimestre, puxada pela alta de 7,1% nos serviços para consumidores residenciais; investimentos cresceram 59,8%, com foco em 5G e produtos de TIC
B2C puxa receitas da Algar, mas empresa não evita prejuízo no primeiro trimestre
Algar avança no B2C, mas registra prejuízo no primeiro trimestre (crédito/Freepik)

A Algar Telecom divulgou, nesta quinta-feira, 6, o balanço financeiro do primeiro trimestre de 2024. Apesar da ampliação das receitas, com impulso dos serviços B2C, a operadora registrou prejuízo líquido de R$ 54,7 milhões no intervalo de janeiro a março.

O resultado negativo é significativamente superior ao prejuízo registrado no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 10,3 milhões. No informe financeiro, a Algar disse que “o menor prejuízo em 2023 é decorrente, sobretudo, do impacto positivo de imposto de renda diferido naquele período”.

De todo modo, o balanço da empresa também trouxe números positivos. A receita líquida totalizou R$ 698,3 milhões no primeiro trimestre, alta de 2,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O braço B2B, carro-chefe da empresa e responsável pela maior parte do faturamento, ficou estável no intervalo de abertura de 2024, gerando R$ 469,8 milhões em receitas. Nesse segmento, os produtos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) se destacaram, crescendo 26,1% na comparação anual, o que serviu para amenizar as quedas em conectividade (-7,5%) e telefonia móvel (-5,2%). Houve alta de 1,5% no serviço de voz fixa.

Segundo a empresa, os serviços destinados a médias e grandes empresas avançaram 1,8%, ao passo que a receita obtida com micro e pequenos negócios cresceu 8,9%. Por outo lado, o faturamento com clientes de atacado (outras operadoras de telecom) teve baixa de 20,6%.

Já no B2C a receita teve expansão de 7,1%, alcançando a cifra de R$ 228,5 milhões. As conexões de banda larga via fibra óptica e os serviços de valor adicionado (SVAs) puxaram os resultados, crescendo 14,7% e 23,3%, respectivamente. Também houve alta de 1,6% na vertical de voz móvel. Apenas o serviço de telefonia fixa registrou baixa (-21%).

“Conectamos 19,7 mil novos clientes em fibra (+3,7%) ao longo dos últimos doze meses, totalizando 559,1 mil clientes nessa tecnologia (99,3%), que garante uma melhor experiência no essencial serviço de conexão à internet”, ressaltou a Algar, em trecho do informe.

A base de banda larga da operada, incluindo conexões residenciais e corporativas, totalizava 817,6 mil acessos ao fim de março. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam perda de cerca de 4 mil clientes em abril.

Ainda no que diz respeito ao faturamento, no caso da expansão da receita com SVAs, a empresa atribui aos serviços de gestão de WiFi, segurança e saúde. “Esse resultado reflete a estratégia da Companhia em adicionar serviços que agreguem valor à conexão à internet”, pontua.

EBITDA, capex e dívida

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) teve alta de 3,4% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, somando R$ 290,4 milhões. A margem avançou 0,5 ponto percentual, chegando a 41,6%.

Os investimentos totalizaram R$ 146,7 milhões, expansão anual de 59,8%. Segundo a Algar, 84% do capex foi destinado à implantação e conexão de clientes das duas unidades de negócios.

Além disso, “o maior volume de capex, se comparado ao do ano anterior, é explicado, sobretudo, por investimentos realizados na ampliação da cobertura móvel 5G, no 1T24, e por maiores investimentos em TIC – para suportar o crescimento das receitas desses serviços”, assinala a empresa.

A operadora encerrou março com uma dívida bruta de R$ 3,58 bilhões, montante 9,8% inferior ao registrado em dezembro do ano passado. A dívida líquida, no entanto, avançou 4,2% nos três primeiros meses do ano, chegando a R$ 2,85 bilhões. Recentemente, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou o rating da empresa em função da alavancagem elevada.

Enchentes no RS

O braço B2B da Algar tem operações nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em trecho do informe financeiro, a operadora indicou que, apesar das fortes chuvas e enchentes no território gaúcho em abril e maio, não houve impactos significativos em seus negócios.

“Segundo a avaliação da Companhia, não houve paralisação de suas atividades na região e os impactos econômico-financeiros não foram relevantes no contexto de operações”, assegurou a empresa.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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