Acionista alega que Oi Fibra tem prejuízo no contrato com V.Tal

Acionista de ADR contrata advogado no Brasil com vários questionamentos à Oi. Entre eles, de que no segundo semestre do ano passado, a receita da Oi Fibra teria sido de R$ 2,2 bilhões e custo com a V.Tal de R$ 2,5 bilhões.

acionista oi

Acionista com ADRs da Oi contratou escritório de advocacia no Brasil e enviou uma série de questionamentos ao Conselho de Administração da operadora. Entre as questões que pede explicação da companhia estaria o acordo entre a Oi Fibra e a V.tal, empresa de rede neutra controlada pelo BTG que, segundo o escritório FVA, estaria gerando prejuízos à Oi.

Conforme o documento enviado à empresa que o Tele.Síntese teve acesso, a Oi Fibra teve uma receita, no segundo trimestre de 2023 de R$ 1,1 bilhão mas o custo com a V.Tal teria sido de R$ 1,2 bilhão. No semestre, a receita da Oi Fibra teria sido de R$ 2,2 bilhões e custo com a V.Tal de R$ 2,5 bilhões.

” O contrato de utilização da rede da V.tal pela Oi poderá implicar um custo excessivo e superior a toda a receita do negócio de fibra da Oi, tornando deficitário o principal negócio da companhia e condicionando a sustentabilidade econômico-financeira da Oi”, diz. O acionista diz ainda estar com receio de que o “elevado custo” com a V.Tal possa também condicionar a viabilidade econômico-financeira da concessão e por isso indaga se os resultados desse acordo foram comunicados à Anatel.

Diante desses números, o acionista quer saber  como essa operação pode ser rentável para a empresa, ainda mais depois do fato de a Oi ter diminuído sensivelmente a sua participação cruzada na V.Tal.

A redução de participação da Oi na V.Tal é, por sinal, outro motivo de questionamento formulado à Oi. Isso porque, argumenta, no fato relevante divulgado pela Oi em 09 de junho do ano passado, a Oi informava ao mercado quando do “Fechamento da Operação de Alienação Parcial da UPI Infraco” que a sua participação na V.Tal foi reduzida para 32,21%. “Acontece, contudo, que ao apresentar o primeiro Plano de Recuperação Judicial a Oi informava que a Oi manteria um  mínimo de 49% da participação acionária e que a venda não poderia ser superior a 51%”, salienta o acionista.

Globenet

Diz ainda o relatório que parecem inconsistentes alguns dos valores apresentados pela Oi para confirmar a sua viabilidade econômica junto à justiça, tendo em vista que, do pagamento de R$ 12,9 bilhões deito pela V.Tal para adquirir parte das ações da Oi as parcelas de R$ 1,3 bilhão e de R$ 2,4 bilhões não iriam para o caixa da companhia, mas para o pagamento do contrato de locação da Globenet (empresa de cabo óptico que é integralmente controlada pelo BTG), mas a operadora teria considerado esses recursos como dinheiro em caixa no documento enviado à justiça.

Consultadas a Oi disse que não iria se manifestar e a V.tal também declinou.

 

 

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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