ABTA descarta danos ao cliente de TV paga da Oi por causa da recuperação judicial

Para entidade que representa o setor de TV por assinatura, processo da Oi mantém estrutura operacional. Operadora também trabalha com DTH, em que tem concorrentes em todo o país, ao contrário do que acontece na banda larga e telefonia fixa.

A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) não enxerga riscos de a recuperação judicial, pedida ontem pela Oi, prejudicar os clientes de TV paga da operadora. Segundo a entidade, a medida ajuda a garantir o investimento necessário para a entrega e aperfeiçoamento do serviço.

“A meu ver, a estrutura operacional segue sem mudança. A empresa gera caixa, e torço para que a solução de mercado ocorra o mais rápido possível, com a empresa saindo fortalecida desse processo”, disse Oscar Simões, presidente-executivo da ABTA. Ele falou durante coletiva de imprensa, em São Paulo, que antecede a feira da entidade, a ser realizada na próxima semana.

Simões destacou que a recuperação judicial tem o papel de permitir à empresa buscar solidez. “Neste mercado que tem alta demanda por capital, os investimentos são recorrentes e altos”, lembrou.

O vice-presidente jurídico da ABTA, José Francisco Araújo Lima, ressaltou que a Oi trabalha, majoritariamente, com DTH, e que portanto os assinantes da empresa não serão “sacrificados”.  “Há alternativas em todo o Brasil para o consumidor [de TV com esta tecnologia]”, disse.

Ele manifestou, porém, preocupação com a capilaridade da operadora em banda larga fixa e telefonia fixa. “Aí a predominância da Oi pode ser um problema”, falou, lembrando que qualquer problema operacional nestes segmentos podem levar a retração dos respectivos mercados, uma vez que em muitas cidades a Oi é a única ou principal ofertante.

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Rafael Bucco

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