Abreu elenca novos desafios para Oi após o fim da RJ

Redução dos custos e futuro da concessão são alguns dos problemas que precisam ser enfrentados
Rodrigo Abreu, CEO da Oi - Crédito: Divulgação
Rodrigo Abreu, CEO da Oi – Crédito: Divulgação

O fim da recuperação judicial, declarada nesta quarta-feira 14, pelo juiz Fernando Viana, foi comemorado pelo CEO da Oi, Rodrigo Abreu, que projeta um futuro de crescimento da companhia. Mas também vê grandes desafios a serem superados, como a redução dos custos da concessão, que tem prazo final em 2025.

“Com o fim do processo de recuperação judicial, após um período de seis anos, a companhia atinge um marco muito importante. Foi, sem dúvida, um dos maiores processos de recuperação judicial do país, que ajudou inclusive a introduzir aperfeiçoamentos na própria revisão da Lei de RJ, criando novos parâmetros e meios de negociação entre empresas e credores, procurando principalmente preservar o papel econômico e social do grupo empresarial”, afirma Abreu.

Segundo ele, ao longo desse processo, a companhia passou por diversas mudanças significativas, que envolveram a reinvenção como empresa. “Desenvolvemos e temos executado um Plano Estratégico de Transformação que aponta para uma nova missão e visão e nos devolve a ambição de conquistar a liderança de mercado nas áreas em que atuamos”, disse.

Para chagar ao cenário atual, a Oi conduziu uma nova Assembleia Geral de Credores que validou a nova estratégia e aprovou mudanças importantes para a execução da nossa transformação. “Fizemos captações de financiamentos adicionais que foram extremamente críticos para a continuidade de nossos investimentos para o futuro”, afirmou.

Abreu lembrou a realização de algumas das maiores e mais complexas operações de venda de ativos do país, incluindo a venda de operação móvel e a criação da V.tal, que inaugurou no Brasil o modelo de separação estrutural da infraestrutura de fibra ótica da companhia. “Segregamos as operações vendidas mantendo a atenção e cuidado com todos os nossos clientes”, disse.

Além disso, ressalta que foi iniciado um processo de eficiência operacional e redução de custos extremamente importante para a sustentabilidade da empresa, incluindo a simplificação da estrutura e de processos. “Demos sequência a um processo de revisão e equacionamento de nossa concessão de telefonia fixa e operações legadas associadas, incluindo uma grande transformação operacional e também ações regulatórias e legais que tem o potencial de transformar a companhia com reduções de custos e obrigações imprescindíveis para a nossa viabilidade futura”, salienta.

O executivo observa que, nesse processo, foi possível reduzir de maneira importante as dívidas financeiras da Oi, com pagamento integral de vários credores, como por exemplo o BNDES, e de todas as dívidas extraconcursais contraídas desde 2018. “E no meio de toda essa transformação, fomos capazes de desenvolver, quase do zero, uma das maiores bases de usuários de fibra residenciais e empresariais e uma das maiores operações de soluções para grandes empresas do país, com as nossas unidades Oi Fibra e Oi Soluções”, avaliou.

Desafios

Para Abreu o futuro traz uma nova série de desafios bastante críticos, fundamentais para o sucesso da Oi. “Enquanto devemos comemorar e reconhecer esse marco tão simbólico de final dessa fase de nosso processo, é importante entender que ainda temos necessidades de resolver questões importantes relativas ao nosso futuro, incluindo o trabalho cada vez mais intenso para o crescimento de nossas operações e desenvolvimento de novas fontes de receita, a contínua busca pela eficiência e simplificação da empresa e redução de seus custos, o equacionamento definitivo da concessão e suas operações legadas, incluindo os processos de arbitragem relativa à insustentabilidade da concessão e de migração da mesma para o modelo de autorização, bem como a continuidade das negociações com nossos credores financeiros, visando a otimização do perfil de endividamento e a busca de sustentabilidade e viabilidade de longo prazo”, elenca.

Abreu disse que também está empenhado em participar do pleno desenvolvimento da V.tal, que contribuirá para o crescimento da Oi e deverá gerar valor adicional significativo no futuro. “E a Oi segue ainda oferecendo, com suas subsidiárias integrais, serviços técnicos e de logística, operação de instalação e manutenção de redes, por meio da Serede, e uma plataforma de relacionamento e atendimento a clientes, por meio da Tahto”, afirma.

– Temos uma nova Oi, mais leve, que tem como estratégia a expansão da fibra ótica e dos serviços digitais, em linha com a tendência de crescimento da digitalização em todos os setores da economia.  Vamos perseguir a visão de levar a companhia à liderança do mercado de conexões por fibra, com banda larga de altíssima velocidade, acompanhada de soluções digitais e de TI para pessoas e empresas em todo o Brasil. Com isso, seguiremos atuando em nossa missão de criar novos futuros, levando a vida digital para todos, e com certeza poderemos ajudar a construir uma Oi melhor para um Brasil mais conectado e com mais oportunidades”, completou.

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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