A trajetória de uma empresa de internet discada que chegará a R$ 1 bilhão em receita

A Brasil Tec Par faturou no ano passado R$ 750 milhões e pretende atingir este ano R$ 1 bilhão em receitas. Já adquiriu 46 operadoras de telecomunicações desde 2016.

A Brasil TecPar, ao anunciar hoje, 19, a aquisição de mais uma empresa, consolida-se como uma das mais consistentes operadoras competitivas de banda larga fixa do país. Esta é a sua quadragésima sexta aquisição, desde que iniciou a compra de provedores regionais, em 2016. Fechou o ano passado com  com  R$ 750 milhões de receita; tíquete médio de clientes passando  R$ 200; e meta de alcançar R$ 1 bilhão de faturamento este ano.

Tudo começou, diz O CEO da companhia, Gustavo Stock, na década de 90, quando ele assistiu a uma palestra da IBM sobre um novo serviço batizado por “internet” e resolveu viabilizar o acesso a esse serviço em sua cidade. Assim, no extremo oeste do Rio Grande do Sul, em São Borja, lançou as primeiras linhas de internet discadas e não parou mais. Com o desenvolvimento da banda larga, a empresa passou a vender acesso residencial com rádios mais potentes, e depois, a puxar os cabos de fibra óptica.

A criação da holding aconteceu da mesma forma como se organizam atualmente diferentes ISPs: por intermédio da união de uma dezena de pequenos provedores regionais que atuavam no estado. ” Mas sempre tivemos uma estrutura de governança muito bem definida”, ensina o executivo. E com essa estrutura de governança, na qual o conselho de administração conta com outros três integrantes, originários dessa parceria da década de 90, a empresa se expandiu.

Além da governança, outra lição de Stock, é não se desviar do planejamento estratégico e não ter medo de investir pesado nos sistemas de apoio à decisão. Hoje, a holding Brasil TecPar tem quatro marcas de atuação: a Amigo, para o segmento residencial e pequenas e médias empresas; a Avato, para mercado corporativo e governo; a Safety Ccables, de monetização de ativos de telecom; e a Bereit, de projetos especiais de TI e Telecom.

“Atuamos sempre calcados em quatro pilares: cadeia produtiva, eficiência operacional, conformidade (estar em dia com impostos e fornecedor, por exemplo) e governança”, completa o CCO, Amarildo da Silva.

Market Share

Atualmente, a empresa está presente nos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. Conta com 406 mil clientes residenciais de banda larga, um número até relativamente pequeno em relação a outros grupos do mercado, que contam com os fundos de investimentos como seus controladores. Conforme explica Stock, a empresa sempre esteve focada na prestação do serviço para o mercado corporativo e por isso tem uma receita por usuário/mês acima da média do mercado.

No ano passado, o grupo conquistou a liderança na banda larga fixa na região Centro Oeste, e, este ano, não pretende expandir suas fronteiras, mas aumentar a densidade e a escalabilidade operacional nas regiões onde já atua. Financiando-se no mercado, Stock afirma que o custo do dinheiro é hoje um dos maiores desafios da empresa, mas já elabora o planejamento estratégico para os próximos 10 anos. ” Estaremos entre as 10 maiores competitivas do país”, projetam os dois executivos.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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