A credores, Oi projetou EBITDA negativo, mas avanço na receita em 2023

Em meio a um pedido de nova recuperação judicial, operadora indica que despesas totais devem superar o faturamento neste ano, mas quadro deve se reverter a partir de 2024
Oi estima EBITDA negativo, mas alta na receita para 2023
Oi indica que EBITDA deve ficar no campo negativo em 2023, apesar de alta estimada da receita (crédito: Freepik)

Após encaminhar pedido de nova recuperação judicial, a Oi divulgou, nesta sexta-feira, 3, estimativas referentes a alguns indicadores financeiros para este ano e os três seguintes. São projeções que a companhia apresentou a credores nas negociações para reestruturação da dívida.

Entre os destaques, a companhia prevê EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo em 2023. O prejuízo projetado é de R$ 143 milhões. A margem deve ficar em -1,3%, queda de 7,2 pontos percentuais (p.p.) na comparação com a do ano passado (5,9%).

Por outro lado, apesar dos desafios no que diz respeito à reestruturação de suas dívidas, a companhia projeta alta de 7,7% na receita líquida, que deve atingir R$ 11,18 bilhões neste ano. Além disso, a tendência para o faturamento é de alta nos próximos anos, crescendo 5,6% em 2024, 9,9% em 2025 e 2,5% em 2026.

Em 2023, as despesas totais devem superar as receitas. A projeção da Oi é de que os custos somem R$ 11,32 bilhões, avançando 15,9% ante o ano anterior. Em seguida, as despesas devem intercalar períodos de retração e expansão. As estimativas são de queda de 1,3% em 2024, alta de 11,8% em 2025 e novo recuo de 15,5% em 2026, quando as despesas totais devem diminuir para R$ 10,56 bilhões.

De todo modo, as estimativas apontam que a receita líquida deve voltar a suplantar as despesas em 2024, mantendo-se assim nos anos seguintes.

Nesta sexta-feira, a Oi informou os acionistas e o mercado de que chegou a um acordo com um grupo de credores para reestruturar suas dívidas, que alcançam R$ 43,7 bilhões. O trato em questão envolve detentores de títulos com prazo de vencimento para 2025 e titulares de créditos originários de agências de crédito de exportação.

Além disso, a operadora anunciou que dois credores estão dispostos a viabilizar um empréstimo de US$ 275 milhões (aproximadamente R$ 1,43 bilhão), que deve ser usado para cobrir as necessidades de curto prazo da companhia.

Ainda no que diz respeito à negociação de suas dívidas, a empresa de telecomunicações destacou que recebeu uma proposta da V.tal, que estaria disposta a conceder um desconto em todas as obrigações futuras da Oi no período de 2025 a 2028.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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