A concorrência é gravemente impactada pelo sistema tributário brasileiro, afirma Claro

Para Bruno Curi, consultor Jurídico Tributário da Claro, a reforma tributária deve acabar com a diferença de tratamento entre telecomunicações e demais serviços.
Bruno Curi, consultor tributário da Claro

“O sistema tributário brasileiro é um purgatório de Dante”, desabafou Bruno Macedo Curi, consultor jurídico Tributário da Claro, durante o Encontro Tele.Síntese, que debateu a reforma tributária. E exemplificou: as operadoras de telecomunicações tiveram que lutar na justiça durante 14 anos para fazer valer a decisão da Anatel de que serviço de valor adicionado não recolhe ICMS, por que não é serviço de telecomunicações. ” Quando a Anatel decide o que não é serviço de telecom, precisamos brigar para provar”, afirmou ele.

Para Curi, a disparidade  na tributação de serviços iguais acaba afetando gravemente a concorrência. “Se os serviços são iguais, mas um paga 40% de tributo e outro paga 5%, não há como baixar o preço”, assinalou. Disse  que, enquanto aos olhos da União a TV por Assinatura deve sofrer a intervenção do domínio econômico, os conteúdos audiovisuais não sofrem a mesma taxação. ” O Netflix surfa em cima da onda da rede de dados”, vaticinou.

Para ele, enquanto o custo da produção dos serviços digitais é do segmento de telecomunicações, o produtor de conteúdo se beneficia desse cenário no seu entender anti-isonômico.

Para ele, é absurda a diferença de tratamento tributário entre as telecomunicações e programas de conteúdo e, por isso, o que a empresa espera da reforma tributária é bastante simples. ” Não pode haver diferença tributária entre telecom e outros serviços”, resumiu..

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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