5G levará banda larga das teles às regiões dos ISPs, prevê CEO da Megatelecom

ISPs poderão ganhar com a 5G das rivais, oferecendo suas redes para fazer o backhaul e proporcionar a capilaridade necessária para a instalação de antenas da nova tecnologia.

O CEO da Megatelecom, Carlos Eduardo Sedeh, prevê que o 5G vai trazer concorrência para áreas onde os ISPs dominam. Segundo ele, com as novas redes móveis, as operadoras poderão levar banda larga de alta velocidade a locais onde têm dificuldade de chegar com outro tipo de infraestrutura.

“Sob o prisma de vender internet rápida, os provedores podem ser desafiados nos lugares menos adensados. Mas nos mais adensados, onde há fibra, não. No meu entendimento, a fibra é à prova de futuro, a 5G não tem como concorrer com a fibra”, afirmou o executivo. Ele participou de live realizada pelo Tele.Síntese nesta segunda-feira, 19.

Mas o executivo vê também alternativas para incremento dos negócios com a chegada da 5G. Os pequenos poderão ofertar suas redes para atender à necessidade das operadoras por backhaul.

“Os provedores regionais podem ser importantes aliados das teles nas redes 5G. As redes 5G precisam de cinco a 10 vezes mais antenas, numa topologia totalmente nova e diferente. Sob esse prisma, os provedores podem colaborar com o aumento da capilaridade”, analisou.

Pós-pandemia

Sedeh afirmou na live que o impacto da pandemia sobre as redes fixas terá efeitos duradouros sobre as pessoas. A seu ver, houve mudanças comportamentais de consumo online que não vão regredir, como hábitos de comprar  e estudar.

Dessa forma, disse, a demanda por mais banda larga seguirá aquecida. O home office seguirá em uso. Sua expectativa é que as empresas mantenham rotinas em que os funcionários que podem trabalhar de casa o façam pelo menos duas vezes na semana.

Diante dessas mudanças, os provedores terão novos desafios. As redes deverão se concentrar não apenas no tráfego, como também na oferta de soluções de segurança e nuvem que permitam às empresas confiarem no trabalho remoto.

Quem desenha a topologia das redes vai ter que pensar nesses atributos. Latência vai ser fundamental, e segurança. E não mais simplesmente se a conexão é de 100 mega, 200 mega”, concluiu.

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Rafael Bucco

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