5G: Guedes defende “deixar chinês brigar com americano, com os nórdicos”

Segundo o ministro, com essa disputa país poderia "ver quem nos serve melhor". Ele afirma que suspeição geopolítica se dá em momento ruim, uma vez que 5G representará uma revolução digital.
O ministro Paulo Guedes (Imagem: reprodução Youtube)

Em entrevista ao canal de TV paga CNN Brasil ontem, 6, o ministro da Economia Paulo Guedes comentou a disputa envolvendo os Estados Unidos e a China em relação à adoção da tecnologia 5G. Segundo ele, esse embate veio “em um momento ruim”, uma vez que a sociedade se prepara para dar um salto tecnológico.

“O 5G é exatamente a fronteira da nova revolução digital. Precisamos estar atuais”, falou o chefe da Economia. Em uma longa e ambígua fala, ele afirmou que o Ocidente está refletindo sobre relações comerciais e que há “suspeição” quanto aos reais interesses de determinados países.

Citando a pandemia, ele deu a a entender que o Brasil está geopoliticamente alinhado aos Estados Unidos e que há suspeitas sobre as práticas da China. Mas não descartou o comércio com o gigante asiático.

“Essa suspeição geopolítica veio em um momento ruim. Num momento justamente que temos de dar um salto tecnológico qualitativo e quantitativo. Na hora que chega a 5G, seria interessante deixar a competição funcionar, deixar a Ericsson de um lado, a Huawei do outro lado. Deixar chinês brigar com americano, com os nórdicos, e ver quem nos serve melhor”, afirmou.

Ele falou que o Brasil pode se posicionar de um modo geopoliticamente, mas permanecer aberto ao comércio com todos os países. “Nessa hora que nós devíamos dar um mergulho, vem essa primeira nuvem de suspeita e cria um problema geopolítico numa questão que era algo estritamente econômico. Nós podíamos geopoliticamente dizer que estamos do lado de cá, mas no momento que perguntassem de economia, diria que queremos fazer negócio com todo mundo”, completou.

Em junho o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo tomaria uma decisão a respeito de permitir ou não a participação da Huawei no mercado de equipamentos 5G brasileiro. Segundo Bolsonaro, a decisão sobre a 5G no país levaria em conta não apenas critérios econômicos, mas também de soberania e de política externa. A entrevista pode ser vista na página da CNN no Youtube.

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Rafael Bucco

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