5G FWA terá 20% do mercado de banda larga fixa brasileiro até 2026

Diferentes estudos que circulam em Brasília apontam para intensificação do ocaso do cobre e migração de clientes para fibra e 5G FWA nos próximos cinco anos.
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Diferentes estudos que estão circulando nos bastidores em Brasília apontam para uma grande transformação na tecnologia empregada para entrega da banda larga fixa até 2026 no Brasil. São ao menos duas análises que convergem em suas conclusões, apresentam números semelhantes e demonstram o ocaso das tecnologias baseadas em cobre (xDSL e cabo coaxial). Os mesmos estudos apontam continuidade da expansão da fibra óptica e, vindo do nada e abocanhando fatias do mercado das tecnologias legadas, o 5G FWA.

São estudos feitos pelo governo e pela indústria, com dados de 2020. Eles indicam que 2021 vai terminar com um empate técnico entre o cobre e a fibra óptica. A fibra encerrará o ano com 18,34 milhões de acessos no país, um market share de 49% do total de acessos em banda larga, alta de 3 pontos percentuais sobre 2020.

O cobre terminará com o mesmo número – lembrando que são projeções de mercado – sendo metade xDSL e metade coaxial, o que vai conferir a cada tecnologia legada 24,5% de fatia no mercado de internet fixa, uma queda em relação a 2020, quando detinham 26% de share.

Essas conclusões, é bom ressaltar, já precisam de revisão, visto que o xDSL encolheu mais rápido que o previsto e tem, conforme a Anatel, 5,4 milhões de acessos atualmente. E a fibra já passou de 20,4 milhões de acessos, mesmo com subnotificação de ISPs.

As empresas que usam xDSL no país são Telefônica, Oi e Sercomtel. Telefônica e Oi têm planos acelerados de migração de clientes para fibra. A Algar também usava a tecnologia, mas afirma hoje em dia que está prestes a concluir a migração dos clientes para FTTH. O xDSL terá em 2026, segundo as estimativas vistas pelo Tele.Síntese, 4 milhões de usuários.

Já o cabo coaxial vem resistindo nas mãos da Claro, que por sua vez investe em fibra nas cidades onde a empresa não tem ainda infraestrutura de banda larga residencial. Os estudos apontam que a empresa não terá opção a não ser migrar para outra tecnologia onde ainda tem cabo, uma vez que o coaxial terá, ao final de 2026, metade da quantidade de clientes de hoje, cerca de 4,46 milhões.

A fibra óptica é a grande candidata a receber clientes descontentes com as limitações do cobre. Tanto que passará dos 20 milhões de acessos atuais para 27,32 milhões em 2026.

Mas a chegada do 5G, ocorrendo o leilão ainda em 2021 conforme quer o governo, permitirá o uso do FWA (fixed wireless access) de alta velocidade em regiões urbanas e para aplicações específicas. As previsões são de que o FWA, hoje sem clientes, tenha 9,11 milhões de assinantes em 2026. Ou seja, terá, em cinco anos, 20% do mercado de banda larga fixa do país. A fibra, tecnologia que será mais usada, terá 60% do mercado. Já o cobre terá 8,9% com o xDSL e 9,8% com o cabo coaxial.

Em suma, as previsões indicam diferentes ventos para os velejadores brasileiros. Quem navega com fibra, terá vendo em popa. Quem usa o cobre, precisará mudar a direção, ou para a fibra, ou para o FWA, a fim de evitar a perda de clientes para quem tiver tais tecnologias. Em 2026, haverá no país 45,54 milhões de clientes de banda larga fixa, conta os atuais 37 milhões.

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Rafael Bucco

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