5G: fornecedores se mobilizam para acelerar a chegada das novas redes

Fabricantes anunciam novidades durante a semana. A Ericsson acredita que já neste ano haverá redes 5G em operação, no mundo. Mas smartphones só chegam no ano que vem às mãos do consumidor final.

Uma série de anúncios realizados nesta semana mostram que a quinta geração de redes móveis pode chegar aos mercado maduros ainda mais cedo que estimativas iniciais. Ainda ano passado GSMA, associação das operadoras móveis, estimava que o 5G estaria ativado nos países ricos em 2020.

Mas, no que depender dos fornecedores, o prazo será adiantado para este ano – e com isso, virão também receitas e novos negócios para os fabricantes, que enfrentam dificuldades financeiras devido à queda de investimentos das operadoras mundo afora.

Ericsson

A Ericsson é uma das fornecedoras que depositam as fichas na nova tecnologia para acelerar a retomada do crescimento. A companhia produz desde 2017 rádios que precisarão de uma atualização de software para se tornar compatíveis com a 5G. E ontem, anunciou o início da oferta do software comercial para redes de rádio 5G e core.

A companhia tem ainda mais pressa que as demais. Defende que, com o início das vendas nesta semana, as operadoras poderão lançar comercialmente alguma rede 5G até o final deste ano.

“As operadoras que querem começar logo com o 5G, possuem agora as peças essenciais para lançar redes 5G ainda este ano”, diz Fredrik Jejdling, vice-presidente executivo e líder da Área de Redes de Negócios da Ericsson.

O software anunciado já atende ao padrão “New Radio” definido pela 3GPP, entidade que padroniza as redes móveis no mundo, embora esta ainda não tenha finalizado a padronização para todos os elementos de rede. Além do software, a empresa lançou uma nova categoria de site que batizou de Street Macro. Esse tipo de produto foi feito para atender a demanda por redes em cidades em que há número limitado de instalação disponíveis. Esses rádios podem ser colocados em fachadas de edifícios, por exemplo.

Nokia

ReefShark-nokia

A companhia finlandesa também anunciou novidades. Além de testes bem sucedidos entre dispositivos da Qualcomm e redes que usam seus rádios, apresentou o ReefShark, um chipset para equipamentos de redes. O componente, diz a fabricante, reduz em 64% o consumo de energia das unidades de banda base, sem impacto no desempenho e pela metade o tamanho das antenas MIMO.

Segundo a Nokia, o Reefshark funciona como uma expansão dos seus rádios AirScale. Uma vez instalados nos rádio, triplica a capacidade do equipamento – que passam do atual 28 Gbps por módulo para 84 Gbps. Adotando-se a topologia sugerida pela companhia, a rede da operadora pode atingir capacidade de 6 Tbps. O chipset ainda é otimizado para processar dados de inteligência artificial para aplicações baseadas na ponta da rede.

A Nokia diz que ao menos 30 operadoras pretendem usar o sistema, e que pretende velo em uso em algumas redes no terceiro trimestre deste ano.

Qualcomm

O tempo de lançamento de redes comerciais, no entanto, é diferente da previsão de chegada dos consumidores. Isso porque será preciso colocar no mercado smartphones compatíveis com as redes de quinta geração. Aí entra a Qualcomm.

A companhia de San Diego (EUA) anunciou ontem que 18 fabricantes de smartphones se comprometeram a usar seu chipset X50. O mesmo número de operadoras fará testes em suas redes ainda neste ano. Os smartphones devem chegar ao mercado em 2019.

Entre as fabricantes que vão usar o modem 5G para celulares da Qualcomm estão Asus, HMD Global (Nokia), LG, Sony, Xiaomi e ZTE. O chip tem a capacidade de se conectar a redes que usam o dito “espectro de ondas milimétricas”, acima de 30 GHz, no padrão “New Radio” estabelecido pela 3GPP. Das operadoras que farão testes com o produto neste ano, destacam-se AT&T, BT, China Mobile, TIM e Verizon.

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Rafael Bucco

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