Empregados da Oi se mobilizam para preservar fundo de pensão Atlântico

O fundo Atlântico atende 23 mil empregados da Oi dos quais 15 mil já são aposentados, e tem patrimônio de R$ 12 bilhões. Os empregados temem que os novos donos da empresa se apropriem desses recursos e os usem para outros fins.

Foto: Freepik

Os 23 mil empregados da Oi que  contribuem para o fundo Atlântico, da Fundação Atlântico, criado após a privatização do Sistema Telebras em 1998, estão se mobilizando para preservar o patrimônio e a gestão do fundo de pensão, preocupados com o que pode acontecer com esses recursos, a partir da mudança de controle da empresa, quando assumirem os novos acionistas, de fundos investimentos privados.

Os funcionários já enviaram uma carta à Previc -o órgão regulador dos fundos de pensão, vinculado ao Ministério da Previdência Social- demonstrando preocupação com alteração na gestão dos recursos da fundação Atlântico, que hoje tem seu resultado equilibrado e consegue fornecer uma remuneração média de R$ 50 mil por ano aos mais de 15 mil aposentados da operadora vinculados a essa estrutura.

Além de procurar o regulador, que não atua no entanto ex-ante, os funcionários estão se mobilizando caso tenham que defender seus direitos na justiça. O temor de que o uso dos recursos possa ser cobiçado pelos novos sócios para além do que foi criado, que é o de bancar aqueles que se aposentam, se deve não apenas ao valor do patrimônio desse fundo – de R$ 12 bilhões, como também a tentativas passadas de uso do recurso para fins menos nobres.

A questão é que os sócios da Oi têm maioria tanto no Conselho de Administração da Fundação Atlântico, como também indicam a sua diretoria de três membros. O Conselho é hoje composto por seis membros, dos quais quatro são indicados pela Oi, e dois são eleitos pelos beneficiários.

Novos sócios

Conforme os termos da Recuperação Judicial, os novos sócios da Oi, que passarão a mandar na empresa, após a aprovação regulatória, serão os fundos  PIMCO o maior acionista individual, com 36,48%;  SC Lowy, com 12,27% do capital acionário da companhia e o  Ashmore, especializado em mercados emergentes, que terá 9,53% do capital as Oi.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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