5G cresce de maneira desigual na América Latina

Consultoria estima que haverá 477 milhões de acessos 5G na América Latina em 2028, a maioria no Brasil e no México

A tecnologia 5G tem crescido no mundo e, na América Latina, não é diferente. No entanto, a região enfrenta grande desigualdade entre os países, segundo estimativas da Omdia revelada hoje, 9. A consultoria aponta que a Costa Rica é o país com maior parcela dos usuários móveis conectados em quinta geração: 39,2%.

O Chile é segundo, com 29,3%. O Brasil vem depois, com 13,5% (dados até o fim de junho). E o México aparece em terceiro, com 11,7%. Nas Américas, os EUA têm a maior penetração do 5G, com 68% dos acessos móveis baseados na tecnologia.

Segundo Ari Lopes, responsável pelo estudo, a Costa Rica se destaca por dois motivos: primeiro, o tamanho do país em termos de área e de população, e segundo, em função da proximidade e estreita relação com os Estados Unidos. O Chile, diz, vem depois por ter sido o primeiro país da região a disponibilizar espectro para 5G. O Brasil, foi o segundo nesta oferta, e por isso vem logo depois do Chile.

O analista diz ainda que a curva de adoção do 5G está mais lenta do que foi a do 4G na América Latina. No Brasil, o crescimento do 5G é mais parecido com o que foi o do 4G há uma década, mas ainda atrás. A explicação, diz, se deve ao parque de dispositivos e preços, não necessariamente em razão da oferta do sinal.

A desigualdade se revela não apenas em relação a quais países têm mais usuários 5G. Também aparece na concentração. Brasil e México, juntos, detêm quase todo o mercado 5G na região. É natural que estes países, mais populosos, tenham mais clientes. No entanto, no caso do 5G, o porcentual é maior do que aconteceu com tecnologias anteriores.

“As duas maiores economias respondem por 51% de todas as conexões móveis na região (considerando todas as tecnologias), enquanto sua participação nas conexões 5G chega a 79%”, observa Lopes.

A previsão do especialista é de que, até 2028, as conexões móveis na América Latina cresçam 13% (de 2023 a 2028). Já o 5G vai saltar de 14% em 2024 para 54% dos acessos móveis em 2028, estima a Omdia, o equivalente a 477 milhões de acessos. Os dados foram apresentados à imprensa nesta quarta-feira, durante a Futurecom 2024.

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Rafael Bucco

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