11 fabricantes de eletrônicos podem suspender a produção devido ao surto de coronavírus

Ao menos 26 fabricantes locais já identificaram problemas na cadeia de suprimentos. Quem ainda não foi afetado, diz que têm condições de manter a produção por mais 20 dias, caso fornecimento de insumos da China não volte ao normal.

O surto de coronavírus que levou o governo da China a colocar cidades inteiras em quarentena interrompeu por lá boa parte da produção de componentes eletrônicos destinados a mercados de todo o planeta, inclusive o brasileiro. Conforme sondagem realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) ontem com 50 indústrias locais, pelo menos 11 já planejam suspender a produção nas próximas semanas.

A sondagem mostra que mais da metade das empresas, 52%, consultadas já apresentam problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos. Essa situação foi observada principalmente entre as fabricantes de celulares e computadores.

Mesmo as empresas entrevistadas que ainda não foram afetadas por esse problema citaram que se o abastecimento de componentes e insumos da China não se normalizar nos próximos 20 dias, será muito difícil conseguir manter o mesmo ritmo de atividade nos próximos meses.

“Estamos muito preocupados com os impactos na produção do setor e continuamos avaliando a situação de perto”, afirma o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato.

Vale lembrar que a China é a principal origem das importações de componentes do Brasil, totalizando US$ 7,5 bilhões em 2019, o que representa 42% do total. Destaca-se também que os demais países da Ásia foram responsáveis por 38% das importações de componentes elétricos e eletrônicos em 2019. Portanto, a região total da Ásia representou 80% da origem dos componentes elétricos e eletrônicos do país.

O último levantamento da Organização Mundial de Saúde, feito também ontem, 5, aponta 24.554 casos identificados do novo coronavírus 2019-nCoV no mundo. Foram detectadas 3.925 infecções em relação ao levantamento anterior, feito um dia antes. A maioria dos casos se concentra na China, onde foram identificados desde 31 de dezembro de 2019 24.363 pessoas com a doença, e onde morreram 491 vítimas. No mundo foram registrados 191 casos, e uma morte. (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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