Reino Unido vai investigar IA da recém-anunciada linha de PCs da Microsoft

Órgão regulador de proteção de dados britânico, ICO pediu esclarecimentos sobre a função "Recall", por meio da qual os computadores da série Copilot+ PC memorizam tudo o que foi visto na tela
Reino Unido vai investigar IA nos novos PCs da Microsoft
ICO, regulador de proteção de dados do Reino Unido, quer mais informações sobre a IA da função “Recall” dos PCs da Microsoft (crédito: Freepik)

Dois dias após a Microsoft anunciar uma nova linha de PCs com Inteligência Artificial (IA) embarcada, o Reino Unido informou que pediu esclarecimentos à big tech a respeito da tecnologia. O regulador britânico de proteção de dados, ICO (Information Commisioner’s Office), demonstrou preocupações com a funcionalidade “Recall”, que permite que o usuário encontre qualquer conteúdo que já tenha sido visualizado, mesmo que não lembre onde foi visto ou arquivado.

“Estamos consultando a Microsoft para entender as salvaguardas em vigor para proteger a privacidade do usuário”, diz o ICO, em nota.

O “Recall” foi apresentado como um dos atrativos do Copilot+ PC, uma linha de computadores com sistema Windows que contam com IA nativa. A Microsoft indicou que o recurso se assemelha a uma memória fotográfica. Desse modo, o usuário pode acessar qualquer coisa que tenha visto ou feito no PC. A ferramenta funciona mesmo em aplicativos, sites, documentos, e-mails e outros softwares.

“Você pode rolar no tempo para encontrar o conteúdo necessário em sua linha do tempo em qualquer aplicativo”, afirma a Microsoft.

No comunicado de divulgação do Copilot+ PC, a companhia assegura que a operação da ferramenta ocorre inteiramente no dispositivo. O usuário tem a opção de ajustar o funcionamento, como pausar o recurso ou definir o uso para aplicativos e sites específicos. “Você está sempre no controle com uma privacidade em que pode confiar”, assinala a big tech.

Para o ICO, no entanto, as empresas precisam ser transparentes com os usuários sobre a forma como os dados são utilizados. Além disso, enfatizou que dados pessoais só podem ser processados na medida em que for necessário para atingir uma finalidade específica.

“A indústria deve considerar a proteção de dados desde o início e rigorosamente avaliar e mitigar os riscos relacionados aos direitos e liberdades das pessoas antes de colocar produtos no mercado”, pontua o regulador britânico, em nota.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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