Mais de um terço dos jovens não sabe verificar se página na internet é confiável

Pesquisa do CGI.br indica que 43% das crianças e dos adolescentes se preocupam “sempre ou quase sempre” com a sua privacidade na web; 86% possuem perfis em redes sociais
Jovens têm dificuldade para verificar se site é confiável, mostra pesquisa do CGI.br
Pesquisa aponta que 92% dos jovens navegam na internet, mas muitos têm dificuldade para verificar se site é confiável (crédito: Freepik)

Praticamente um terço dos jovens tem dificuldades para encontrar um site que visitou antes na internet, bem como verificar se o portal em questão é confiável, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 3, pela pesquisa TIC Kids Online Brasil 2022, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

O estudo aponta que 70% das crianças e dos adolescentes sabem como voltar a um site que já visitaram. No entanto, o percentual cai para 62% quando se trata de saber como verificar a confiabilidade da página na web.

Em sua nona edição, a pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entrevistou presencialmente 2.604 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos no período de junho a outubro de 2022. A mesma quantidade de pais ou responsáveis foi entrevistada.

Segundo o levantamento, 92% das crianças e dos adolescentes brasileiros (24,4 milhões) já acessaram a internet – nas classes A e B, a taxa chega a 99%. Além disso, 96% dos usuários de internet de 9 a 17 anos acessaram a web “todos os dias ou quase todos os dias” no ano passado. Por outro lado, 940 mil (3,5%), de um total estimado de 26,6 milhões de crianças e adolescentes, nunca acessaram o mundo digital.

Privacidade e saúde

A pesquisa indica que 43% das crianças e dos adolescentes se preocupam “sempre ou quase sempre” com a sua privacidade na internet. Para outros 22%, o assunto é tema de preocupação “às vezes”. No caso de pré-adolescentes (13 a 14 anos) e adolescentes (15 a 17 anos), o percentual daqueles que estão “sempre ou quase sempre” preocupados com a exposição da vida particular sobe para 51%.

Além disso, 63% dos entrevistados bloquearam mensagens de alguém com quem não queriam conversar. Praticamente três em cada quatro meninas (74%) já tomaram essa atitude. Embora o percentual de meninos seja menor (52%), ainda assim mais da metade já bloqueou outra pessoa na internet.

Ao navegar na internet, 40% dizem que já procuraram fazer amigos na web, de modo que 20% já adicionaram alguém que não conheciam pessoalmente à lista de contatos. O envio de voto ou vídeo com a sua imagem para alguém que não conhece pessoalmente foi feito por 6% dos entrevistados.

O relatório ainda mostra que 33% dos usuários de internet de 9 a 17 anos reportaram ter passado por alguma situação no ambiente digital que não gostaram, se sentiram ofendidos ou ficaram chateados. Por outro lado, 30% utilizaram a web para procurar ajuda quando algo ruim aconteceu ou para conversar sobre as emoções quando se sentiram tristes.

Atividades e redes sociais

No que diz respeito às atividades que crianças e adolescentes fazem na internet, a TIC Kids Online Brasil 2022 indica que 87% ouvem música e 82% assistem a vídeos, como programas, filmes e séries online.

Além disso, 80% pesquisam para fazer trabalhos escolares e 65% pesquisam por curiosidade ou interesse próprio. O envio de mensagens instantâneas é uma prática de 79% dos jovens, enquanto 32% utilizam os recursos digitais para fazer chamadas de vídeo.

No caso das redes sociais, 86% possuem perfis em alguma plataforma, com destaque para Instagram (64%), TikTok (60%), Facebook (47%), Twitter (14%) e Snapchat (13%). O aplicativo de mensagens WhatsApp é usado por 78% dos entrevistados.

No geral, o TikTok e o Instagram são as redes mais utilizadas pelos jovens. Os mais novos – de 9 a 10 anos (35%) e de 11 a 12 anos (46%) – preferem o aplicativo chinês. Nas faixas etárias seguintes, de 13 a 14 anos e de 15 a 17 anos, a rede social de fotos da Meta assume a dianteira, atingindo 41% e 51% do público jovem, respectivamente.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

Artigos: 1087