Discussão sobre enterramento de fios em São Paulo chama atenção da Anatel
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, afirmou nesta quarta-feira, 8, que a autarquia acompanha os impactos do apagão de energia no estado de São Paulo, após o temporal que afetou a infraestrutura das distribuidoras na sexta-feira, 3. Além do restabelecimento dos serviços, que impacta no funcionamento das torres de telecomunicações, o debate sobre o enterramento dos fios também demanda a atenção da reguladora.
Uma das ações de prevenção anunciadas pela Prefeitura de São Paulo é a expansão do programa São Paulo Sem Fios, que já conta com 60 quilômetros com a fiação 100% subterrânea, segundo o Estado. O projeto prevê retirar 3.014 postes da cidade até dezembro deste ano.
Em decorrência do programa, repercutiu nesta semana a questão sobre como custear a expansão do projeto. A Prefeitura divulgou um comunicado nesta terça-feira, 8, afastando eventual cobrança de taxa dos usuários.
“Não farei nenhum tipo de cobrança para a população na cidade de São Paulo. Pelo contrário, se alguém quiser enterrar os fios, a Prefeitura está disposta a pagar metade justamente para evitar que árvores caiam sobre a cidade”, disse o prefeito Ricardo Nunes em nota.
Ao participar de audiência pública na Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados nesta tarde, Baigorri afirmou que acompanha os planos da Prefeitura e destacou que não se trata de um tema simples. “Nós estamos acompanhando isso, certamente é um dos nossos projetos mais críticos”, afirmou o presidente da Anatel.
Atualmente, a migração das redes aéreas por subterrâneas é objeto de projetos de lei, que buscam dar um prazo para que a infraestrutura seja totalmente substituída total ou parcialmente no país. As concessionárias são resistentes, devido à complexidade e o custo.
Monitoramento
De acordo com Baigorri, até a manhã desta quarta-feira, cerca de 51 municípios em São Paulo ainda tinham algum tipo de interrupção de serviços. O monitoramento é feito por meio da equipe de crises da Anatel. O acompanhamento visa garantir geradores em caso de interrupção.