Após integrar ativos da Oi Móvel, TIM terá mais espectro por acesso que as rivais

A TIM ficará com 2,53 MHz por acesso, enquanto a Claro terá 2,44 MHz e a Vivo, 2,18 MHz. Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, diz que até 2023 companhia vai multiplicar por 12 a capacidade da rede móvel.

Executivos da TIM revelaram hoje, 1º, em evento para jornalistas e analistas de mercado mais detalhes dos efeitos que a compra de ativos móveis da Oi trará para seu negócio. Caso o negócio seja aprovado sem alterações pelo Cade ou pela Anatel, a empresa será a operadora com maior quantidade de espectro por usuário do mercado nacional.

A lógica por traz da conta envolve a quantidade de frequência acumulada em relação à quantidade de clientes. Pelos cálculos da diretoria da TIM, a tele ficará com 166 MHz de espectro no total. A Claro restará com 177 MHz, e a Vivo, com 192.

Dividindo essas quantidades pelo número de clientes móveis, tem-se que a TIM ficará com 2,53 MHz por acesso. A Claro terá 2,44 MHz. E a Vivo, 2,18 MHz.

Para Leonardo Capdeville, isso traz uma importante vantagem competitiva em termos de experiência percebida pelo usuário e capacidade de oferta de novos tipos de serviços.

Os 49 MHz de espectro obtidos da Oi aumentarão em 40% a capacidade da rede móvel da companhia, tão logo sejam incorporados. Além deles, a tele aposta na tecnologia Massive MIMO e na chegada da 5G para, até 2023, multiplicar em 12x a capacidade da rede.

Fatia de mercado

Segundo a companhia, haverá transformações na sua penetração de mercado. Serão grandes mudanças no market share das regiões Norte e Centro-Oeste. No Norte, passará dos 14% de penetração atualmente para 22%. No Centro-Oeste, a presença vai dobrar, de 13% para 26% dos clientes celulares locais. Nas demais regiões, o impacto será menor. No Sudeste, passará dos atuais 20% para 27%. No Sul, sai dos atuais 34% para 38%. No Nordeste vai de 24% para 27%.

Esses porcentuais se referem à aquisição apenas dos clientes. A TIM receberá 40% dos assinantes da Oi Móvel, o que equivale a 14,5 milhões de contratos, entre pessoas físicas e jurídicas. Desses, 40% são assinantes pós-pagos, e os 60% restantes, pré-pagos.

Vai receber ainda 7,2 mil torres, das quais 40% em nova localização. Outras 60% poderão gerar valor para a TIM no futuro, uma vez que são localizadas nas mesmas posições sou muito próximas das torres atuais. A operadora venderá, alugará ou desativará essas torres duplicadas até 2023.

Financiamento

Para bancar a compra dos ativos da Oi Móvel, pelos quais pagará R$ 7 bilhões, a TIM vai emitir debêntures, recorrer a empréstimos junto a bancos brasileiros, e a acordos bilaterais com bancos estrangeiros. Além disso, haverá uso de parte do caixa, que ao fim de 2020 somava R$ 4,6 bilhões. O total de dívida que o grupo espera captar neste ano será de R$ 6 bilhões.

A consolidação de ativos trará também sinergias. Mais da metade, 60%, serão sinergias relacionadas a espectro e rede. Por exemplo, com mais espectro, a TIM espera ter menos pressão para ampliar o número de torres e equipamentos. Haverá corte nos custos com aluguel de torres – a depender de renegociações com empresas donas dessas infraestruturas.

Por fim, a TIM espera começar a integração um mês após a conclusão do negócio. A partir daí, os ativos da Oi Móvel estarão 100% integrados à TIM em 12 meses.

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Rafael Bucco

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