Furukawa Latam cresce 16% em 2017, graças à demanda de FTTH
A demanda aquecida de redes de fibra óptica no Brasil, especialmente por parte dos provedores regionais de acesso à internet e em menor medida por parte das grandes operadoras — leia-se Telefônica — levou a Furukawa Electric Latam a ter um crescimento da receita líquida em 2017 superior ao estimado. A subsidiária da fabricante japonesa fechou o ano fiscal encerrado em março com receita de R$ 901 milhões, 16% superior à registrada no período anterior. O lucro foi de R$ 31 milhões e o resultado teria sido bem melhor, segundo Foad Shaikhzadeh, presidente da empresa, se ela não tivesse se endividado para financiar seus clientes que precisaram prolongar os prazos de financiamento de 60 para 90 e 120 dias.
Além da demanda de fibra no Brasil — nos demais países da América Latina ela ficou dentro do previsto —, o crescimento das vendas da Furukawa também foi influenciado por um aquecimento do mercado de datacenter a partir de setembro/outubro de 2017 e de uma pequena expansão das exportações, que cresceram 3%. De acordo com Shaikhzadeh, a empresa viu-se obrigada a segurar um pouco a meta de expansão das exportações para poder atender ao crescimento da demanda interna do mercado brasileiro, mas mantém o objetivo estratégico de chegar em 2021 com 40% de suas receitas provenientes do mercado externo. Além da América Latina, vem focando em novos mercados no Sudeste Asiático e Norte da África.
As operadoras e provedores respondem por 45% das receitas da Furukawa, os canais de venda (rede interna) por 30% e as exportações por 25%. E, segundo Shaikhzadeh, pela primeira vez na história da empresa, o volume de vendas aos provedores ultrapassou o das operadoras. Mas no exercício fiscal de 2018 é provável que as operadoras voltem a liderar as vendas, já que todas as grandes operadoras já anunciaram investimentos em FTTH, avalia o presidente da Furukawa.
Investimentos
Como prevê que a demanda por fibra vai continuar aquecida, a Furukawa planeja investir em 2018 R$ 43 milhões na expansão das linhas de produção de cabos ópticos e acessórios, e uma pequena fatia em laboratórios para desenvolvimento de software embarcado para as soluções GPON. Hélio Durigan, vice-presidente de Engenharia, explica que 70% dos investimentos serão aplicados na linha de produção instalada no Brasil (Curitiba), 20% na fábrica de cabos da Argentina e 10% na de cabos e na unidade de conectividade da Colômbia.
O volume de investimentos previsto, diz Shaikhzadeh, é relevante quando se trata de um fabricante. Regra geral, diz ele, uma indústria investe pelo menos o equivalente à depreciação de seu capital que, no caso da Furukawa Latam seria de R$ 19 milhões. Ë vamos investir mais do que o dobro.”