YouTube vai moderar vídeos privados, comentários e títulos nas eleições
O YouTube anunciou nesta quarta, 27, que vai colaborar no processo eleitoral e, para isso, lança programa contra desinformação nas eleições.
Em apresentação online, Alana Rizzo, gerente de políticas públicas do YouTube, disse que a plataforma vai reforçar seu conjunto de regras, que denomina de “os quatro erres” – Remover, Reduzir, Recomedar e Recompensar – para combater a desinformação nas eleições.
“O YouTube vai remover conteúdo político que viole nossas políticas, mas não é só o vídeo. Qualquer coisa que esteja na plataforma estará sujeita às regras, seja um comentário, uma legenda ou um título”, explicou Rizzo.
Mesmo um vídeo que esteja no modo privado terá que obedecer as mesmas regras, avisou.
Também haverá recomendação de fontes confiáveis de informação na própria plataforma. As medidas terão o intuito não só de punir os criadores de fake news, mas também reduzir a propagação de desinformações.
O YouTube criou também um modelo de recompensa a editores de notícias, criadores e campanhas relacionados a política. O projeto Jogo Limpo dará bolsas de até U$ 25 mil a ideias que ajudem a reduzir a desinformação.
Jogo Limpo é uma parceria do YouTube com o Centro Internacional de Jornalistas (International Center for Journalists, ICFJ). O investimento será de 150 mil dólares em trabalhos que combatam fake news.
Humanos, tecnologia e números
Alana Rizzo explicou que a remoção de um vídeo será decidida em um trabalho conjunto entre humanos e tecnologia. O YT usará a combinação de pessoas (usuários e revisores) e tecnologia para sinalizar conteúdo para revisão. A plataforma tem um setor, donominado Central de Inteligência, com robôs, que atuará junto a um grupo especializado na identificação do conteúdo desinformativo.
Artifícios como falsificação de identidade, spam, golpes e práticas enganosas de todo tipo estarão na mira do grupo, falou a gerente.
Segundo Alana Rizzo, 25,8 milhões de vídeos foram removidos do YouTube em 2021 por violação de regras. Destes, 24,3 milhões (94,3 %) foram deletados por detecção automática, e 1,4 milhão por sinalizações de usuários.
Ela contou também que 69,7% dos vídeos removidos do YouTube globalmente foram eliminados da plataforma com, no máximo, 10 visualizações.
Sobre a redução de conteúdo, explicou que poderá haver casos de vídeos que não violam as regras, ainda que não mostrem verdades, mas ficarão “escondidos”, sem qualquer destaque. Ela deu como exemplo vídeos sobre a terra plana, “que a pessoa só encontra se fizer uma busca, nunca verá indicação”.