WOM Chile: América Móvil e Telefónica se unem para comprar rival
As gigantes do setor América Móvil, dona da Claro, e Telefónica, dona da Vivo no Brasil, assinaram um acordo “não vinculante” para apresentarem, juntas, uma proposta de compra da WOM, no Chile. O alvo da aquisição passa por recuperação judicial e está com ativos à venda.
As operadoras vão apresentar um lance pela rival falimentar, mas como se trata de um acordo não vinculante, podem desistir da ideia. A divulgação da parceria serve para avisar o mercado de que decidiram explorar conjuntamente a opção, o que não significa, porém, que a apresentação de oferta será necessariamente efetivada.
“As partes podem decidir, a qualquer momento, não apresentar oferta, mas se apresentarem, a potencial transação estará sujeita aos procedimentos do leilão, a padrões regulatórios e à obtenção de autorizações conforme o procedimento de falência da WOM e sujeito à análise das regras setoriais e concorrenciais”, informam.
AMX e Telefónica, que no Chile detém a Movistar, dizem que o acordo de exploração conjunta da oportunidade se deve aos benefícios que a transação trará para os chilenos. Afirmam que o negócio vai fortalecer o setor de telecomunicações do país, equacionar a sustentabilidade das empresas da área no Chile e “aumentar a habilidade de [o setor] continuar investindo e competindo em redes de alta velocidade e em cobertura”. Outra operadora móvel do país é a Entel.
A WOM tinha, ao final de junho, 22% dos clientes móveis do Chile, à frente da Claro (17%), mas atrás de Movistar (29%) e Entel (32%). O mercado ali tem 26 milhões de clientes móveis. No país há ainda 4,6 milhões de assinantes fixos, dos quais 209 mil são da WOM.
Contexto
Em abril, a WOM Chile (antiga Nextel Chile) e subsidiárias pediram proteção judicial contra falência nos Estados Unidos (o chamado Chapter 11 do código de falências do país). Em junho, a empresa decidiu vender ativos para quitar as dívidas. Em 1º de novembro acontecerá o leilão. O tamanho exato da dívida não é público. A Fitch estimou em cerca US$ 1 bilhão, enquanto o EBITDA anual é de US$ 150 milhões. Outra empresa do grupo WOM, a unidade da Colômbia, também pediu recuperação judicial este ano. No entanto, os casos são independentes entre si.