Vivo vai se desfazer de 1,3 mil sites comprados da Oi Móvel
A Vivo divulgou nesta quarta-feira, 27, dados a respeito das expectativas quanto à incorporação da fatia adquirida da Oi Móvel, pelos quais avisa que vai se desfazer da metade dos 2,7 mil sites móveis – infraestruturas como antenas, torres, rooftps, small cells etc – que vai receber.
O desinvestimento será realizado para cumprir obrigação assumida com o Comitê Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que exigiu tal remédio para liberar a compra da Oi Móvel e fatiamento entre Vivo, TIM e Claro, selada no último dia 20 de abril.
As informações divulgadas hoje pela Vivo antecipam a conferência que a companhia realiza na manhã desta quinta-feira, 28, a partir das 10h.
Trazem, por exemplo, a informação de que as sinergias esperadas com a incorporação de sua fatia na Oi Móvel somarão pelo menos R$ 5,4 bilhões. Novas economias devem ser apresentadas nos próximos meses, com o aprofundamento da integração.
As sinergias virão da redução com custos e investimentos, na ordem de R$ 1,8 bilhão. Com mais espectro, vai ampliar a cobertura e capacidade com despesas R$ 1,7 bilhão inferiores. A união de lojas, suporte ao cliente e marketing terá reflexo positivo de mais R$ 1 bilhão, entre outros fatores.
Espera-se que vinda dos novos clientes da Oi Móvel resulte em acréscimo de R$ 135 milhões por mês às receitas da Vivo. Isso deverá elevar a margem EBITDA para mais de 70% temporariamente.
A Vivo, vale lembrar, receberá ainda 43 MHz de espectro, 12,5 milhões de clientes móveis, dos quais 37% no pós-pago, e os 2,7 mil sites da Oi Móvel. Por tudo isso, aceitou pagar R$ 5,4 bilhões.
A união da base de clientes fará com que a Vivo passe dos atuais 97 milhões de assinantes móveis, para 109 milhões, consolidando-se como empresa do segmento com maior base de assinantes, à frente de Claro e TIM.
Na conferência desta quinta a Vivo deve detalhar o programa de migração dos clientes Oi Móvel para sua base. No documento divulgado antecipadamente, avisa que vai oferecer ofertas convergentes, unindo celular banda larga fixa por fibra, para garantir a permanência dos novos clientes.
O cronograma de migração dos clientes começa já neste trimestre, com autorização acesso dos clientes à rede da Vivo onde não houver cobertura Oi Móvel, e vice-versa. Também já começa a limpeza do espectro e adaptação dos sites que permanecerão na operadora. A transferência completa dos clientes para a base de dados da Vivo, passando a ser atendidos em tudo pela tele, acontecerá aos poucos até o final do primeiro trimestre de 2023.