Vivo usará a plataforma Vivo Money para financiar smartphones
Enquanto as rivais demonstram pressa em abocanhar uma fatia do mercado das fintechs, a Vivo vem agindo com cautela no segmento, limitando a expansão de sua plataforma de empréstimos, a Vivo Money, que passará a ser utilizada também para facilitar a compra de smartphones.
Segundo o presidente da operadora, Christian Gebara, a situação econômica brasileira requer conservadorismo na execução de despesas e na oferta de produtos de crédito. Assim, a plataforma atingiu, em dois anos de existência, 10 mil usuários e emprestou R$ 52 milhões.
O modelo testado pela companhia é diferente daquele da TIM, que obtém direito de subscrição de ações no C6 Bank conforme leva seus usuários para o banco digital. Ou da Claro Pay, que tem sua própria instituição financeira. No caso do Vivo Money, o serviço vem de uma fintech em formato whitelabel, que coloca a marca da Vivo no produto.
Para ampliar a taxa de retorno para a operadora, Gebara contou que o plano é oferecer o uso do Vivo Money como plataforma para financiamento dos celulares vendidos nas lojas da Vivo. A tele registrou aumento de 10% nas receitas com aparelhos no primeiro trimestre do ano, e quer ampliar ainda mais as vendas de dispositivos.
“É uma forma de alavancar as vendas, mas claro, o cliente que optar por isso passará por uma criteriosa análise de crédito por conta da situação que sabemos que o brasileiro vive atualmente”, afirmou Gebara na call de resultados com analistas do mercado financeiro nesta quarta-feira, 11. A companhia soltou ontem os número do primeiro trimestre de 2022, em que ampliou as vendas, mas reduziu o lucro em razão de custos financeiros.
Por enquanto, lembrou, os recursos utilizados para os empréstimos aprovados no Vivo Money são 100% da Vivo. “Mas queremos parceiros no futuro”, acrescentou o presidente da operadora.
Novos reajustes
Gebara também afirmou que o ano terá mais reajustes de preços para reposição de inflação. A companhia já tinha aumentado preços no começo do ano no controle e em parte do pós-pago. Segundo ele, deve haver novo ajuste em julho e no segundo semestre, sempre em linha com os índices inflacionários, como prevê os contratos.
O executivo contou que no pré-pago a empresa quer reajustar os preços, mas aguarda um movimento mais evidente dos concorrentes no mesmo sentido para não agir de forma isolada e comprometer a atração de novos clientes. A tele vem apresentando melhora nos índices de portabilidade e teve saldo positivo de usuários trazendo números das rivais no começo do ano.
“O pré-pago é estratégico para depois oferecermos upgrade para planos controle ou pós-pagos. Atualmente, mais de 80% da nossa base é de clientes recorrentes [controle ou pós]”, ressaltou.
O reajuste também acontecerá na banda larga fixa. Aqui, Gebara diz que a Vivo é capaz de evitar a saída ou downgrade dos planos reajustados com a oferta de serviços digitais e composição com telefonia móvel.