Vivo terá IPTV em todas as cidades com FTTH até o fim de junho

Em apresentação a investidores, operadora fala em retomar o mercado da venda de aparelhos celulares, perdido para o varejo nos últimos anos, sem recorrer a subsídios.

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A Telefônica Vivo prometeu no começo da semana acelerar os investimentos em sua rede de fibra óptica até 2020, em continuidade ao plano que já vinha sendo executado desde 2015. Na apresentação que o chief operating officer Christian Gebara fez a investidores em Nova York, na segunda feira, ele destacou que até o final deste semestre todas as cidades em que a tele possui rede FTTH terão ofertas também de IPTV. Atualmente, são 87 municípios com algum bairro onde fibra chega até a casa do cliente, todos com mais de 100 mil habitantes.

A companhia projeta chegar a 2020 com 3 milhões de clientes que possuam o combo de banda larga por fibra, IPTV e OTTs. Em homes passed, a meta é alcançar 36 milhões. Para isso, há no planejamento expandir a rede para 400 cidades, incluindo os municípios com mais de 50 mil habitantes.

O foco será todo sobre áreas rentáveis, onde a empresa tenha certeza de que haverá retorno sobre o investimento. Haverá um processo intenso de “cherry picking”. Ou seja, seleção criteriosa dos bairros, restando apenas aqueles em que o retorno é garantido. Para chegar aos novos locais, a Telefônica prevê aumentar seu backbone em 4,2 mil km. Se tudo se confirmar, a ultra banda larga da empresa poderá gerar mais de R$ 1 bilhão em novas receitas até 2020.

Venda de smartphones

A Telefônica Vivo também pretende retomar o crescimento das vendas de smartphones. O mercado das operadoras vinha em declínio, com aumento das ofertas pelo varejo tradicional e online. As teles, que em 2015 faturavam R$ 1,5 bilhão com aparelhos, venderam R$ 1,1 bilhão em 2017, período em que houve aumento do valor do tíquete médio, conforme dados da consultoria IDC.

A operadora pretende recobrar o mercado perdido para o varejo. Até novembro de 2017 registrava redução das receitas com venda de celulares, mas em dezembro já começou campanhas de ofertas para iPhone 8 e Galaxy S8, por exemplo, o que fez as vendas aumentarem. Apenas em fevereiro, por exemplo, vendeu 27% mais celulares do que no mesmo mês de 2017.

A companhia pretende acirrar a competição com o varejo sem subsidiar as ofertas. A intenção é usar a vantagem da escala para negociar com os fabricantes. A Vivo tem 1,8 mil lojas e 180 pontos de venda dentro de parceiras do varejo.

As lojas próprias estão passando por remodelagem baseada em um conceito semelhante ao usado pela Apple, em que o objetivo é promover a experiência de uso. Os celulares ficam expostos em bancadas, há analistas prestando socorro a clientes com dúvidas sobre tecnologia, área para clientes premium e até ambiente de coworking.

Também vai fechar lojas que não se mostrem rentáveis ou mudá-las para outras áreas, de acordo com análise dos dados de vendas.

Receitas adicionais

A operadora também se diz aberta a novas oportunidades de modelo de negócio. Afirma que já fechou clientes para usar seus produtos de big data. Um dos cases envolve o Vivo Ads, o programa de publicidade em que o usuário recebe franquia de dados no celular por assistir a propagandas. O faturamento do produto saltou 25% entre 2016 e 2017, quando alcançou R$ 192 milhões. Em dois anos de operação, o serviço veiculou 600 campanhas, de 175 anunciantes.

Transformação

A companhia disse aos investidores estrangeiros que pretende superar o legado de TI. Nos próximos 3 anos, vai desligar 100 sistemas antigos. Novas tecnologias tomarão seus lugares para reduzir o “time-to-market” de ofertas, por exemplo.

A aposta recairá sobre a automação das vendas, integração do billing, e novo atendimento digital. A companhia espera que mais de 25% das vendas de planos aconteça online (hoje, são 5%). No atacado, pretende que 40% das transações com empresas se dê por meios digitais (ante 10% atualmente).

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Rafael Bucco

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