Vivendi deve recorrer da decisão do regulador italiano
A Vivendi deve recorrer da decisão da Agcom, a agência reguladora do mercado de telecom da Italia, que decidiu, em sua reunião de ontem, 18, que o grupo francês violou as regras sobre a concentração de poder e não pode manter as participações que acumulou tanto na Mediaset como na Telecom Italia.
A Vivendi tornou-se a maior accionista da Telecom Italia, com 24% das ações, e recentemente adquiriu uma participação de 28,8% da Mediaset, tornando-se o segundo maior accionista do grupo italiano de mídia depois da Fininvest, holding familiar da empresa do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
A Agcom decidiu que a participação da Vivendi nas duas empresas violou a Lei Gasparri do país, um conjunto de regras antitruste destinadas a proteger o pluralismo dos meios de comunicação e impedir uma posição dominante de um único acionista. O regulador deu à Vivendi um ano para reduzir sua posição na Mediaset, a maior emissora particular da Itália, ou na Telecom Italia, e disse que precisava apresentar um “plano de ação” dentro de 60 dias.
Recurso
Em nota oficial, a Vivendi disse que “não controla nem exerce uma influência dominante sobre a Mediaset”. E que “reserva-se o direito de tomar quaisquer medidas legais adequadas para impedir os seus interesses, incluindo a apresentação de um recurso para a decisão da Agcom no Tribunal Administrativo Regional e apresentar uma queixa formal à Comissão Europeia por violação do direito da UE. ”
Na avaliação de analistas, a iniciativa da Agcom marca o último capítulo da aventura italiana da Vivendi, marcada por disputas legais e controvérsia sobre a governança corporativa. Na semana passada, a Vivendi indicou seu presidente-executivo Arnaud de Puyfontaine no topo de uma lista de dez diretores propostos para a Telecom Italia, lista esta que será avaliada na reunião de acionistas do próximo mês.
Sua participação na Mediaset também enfrenta conflitos. Vivendi e Miadiaset estão processando-se mutuamente por difamação, como parte de uma luta entre os dois grupos por uma tentativa da Vivendi de assumir o controle do canal de TV paga Mediaset Premium. As divergências começaram em maio de 2016, com a divulgação dos resultados financeiros desastrosos do primeiro trimestre do canal pago. (Com noticiário internacional)