Viasat aguarda redução do Fistel virar lei para repassar ganhos aos clientes

Segundo o novo diretor-geral, Leandro Gaunszer, a operadora irá reformular suas ofertas de preços assim que a proposta de redução do imposto - que altera de R$ 200 para R$ 26,83 a taxa paga por antena - for sancionada. Em seus planos estão o incremento da presença no mercado residencial e novos modelos de venda dos pacotes WiFi comunitário, que passa por testes no Ceará.

A Viasat, operadora que oferece banda larga via satélite em todo o território brasileiro, aguarda pela confirmação em lei da redução da taxa do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) para repassar essa diminuição de custos para os clientes. A Medida Provisória 1.018/20, que reduz a taxa paga por cada antena de satélite instalada, foi publicada em dezembro do ano passado e ainda tramita no Congresso Nacional. Ela reduz de R$ 200 para R$ 26,83 o imposto de cada estação. ” A redução do Fistel é uma ajuda importante. Confirmada a lei, vamos redefinir os nosso planos de serviços”, afirmou Leandro Gaunszer, recém-empossado diretor geral da operadora, que assumiu em janeiro deste ano.

Ele observa que, em relação às ofertas dos competidores de satélite, a Viasat oferece o melhor preço por gigabyte do mercado brasileiro, mas assinala que a banda larga via satélite residencial, por ser uma oferta dedicada, de um para um, tem custos mais elevados do que os serviços terrestres, cujo acesso pode ser compartilhado. Gaunszer disse, porém, que a empresa já estuda novos modelos para a expansão do Wi-Fi comunitário – cujos primeiros testes foram feitos no estado de São Paulo – e agora testa novas opções, inclusive com a adoção de tecnologias que permitam o compartilhamento do acesso, no estado do Ceará.

” Oferecemos os pacotes premium para o serviço residencial,  mas continuamos a buscar os melhores modelos para o WiFi comunitário e poder atender assim as classes D e E”, afirmou. Segundo Gaunszer, a operadora, que tem uma grande atuação no México com o WiFi comunitário, constatou que o mercado brasileiro, mesmo nas áreas mais afastadas e pequenas comunidades, é bem  mais competitivo, principalmente com a presença dos ISPs, sejam eles regularizados ou não. ” Não há green field por aqui. Os ISPS, formais ou informais estão por todo o Brasil e, por isso, estamos estudando novas formas para chegar de forma eficiente a esse  mercado”, afirmou.

Telebras

Conforme Gaunszer, a operadora conta com pelo menos 20 mil acessos  em serviço, entre aqueles que fazem parte do projeto do Gesac, com a Telebras; os residenciais e os rurais, que são comercializados pelo seu parceiro RuralWeb, com importante presença nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Segundo ele, a parceria recém anunciada com a Sky traz  sinergia para os negócios da empresa, principalmente porque a operadora de vídeo, que vai comercializar a banda larga da Viasat tem presença comercial em todo o país.

Para ele, a privatização ou não da Telebras, que é dona do satélite geoestacionário usado pela Viasat para oferecer o serviço de banda larga, não poderá afetar o contrato firmado entre as duas operadoras. “A privatização da Telebras é  uma decisão do governo e nós, como parceiros não temos que opinar. Contanto que o contrato seja respeitado, não nos importa quem são os acionistas da empresa”, afirmou.

Viasat 3

O executivo disse ainda que a decisão da Anatel, de negar posição orbital para um de seus satélites, não afeta os planos da operadora quanto ao lançamento da nova constelação, cujo primeiro equipamento irá atender o continente americano, com previsão de lançamento este ano, e início das operações comerciais em 2022. ” Com o Viasat 3 vamos dobrar a capacidade no Brasil”, afirmou.

Em sua avaliação, o início da tecnologia 5G não será uma ameaça para os serviços de satélite porque há um incremento de demanda por banda larga contínuo no país e porque a própria 5G vai precisar de muito mais banda. “O Brasil ainda tem 15  milhões de lares sem qualquer conexão e mesmo a 5G irá ampliar a oportunidade para a oferta de backhaul”, afirmou.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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