Vero estuda obtenção de espectro para crescer no móvel
CEO da Vero Internet, Fabiano Ferreira, diz que a empresa espera a definição das regras dos próximos leilões e de uso secundário a fim de ampliar sua participação no móvel, mas ainda não bateu o martelo quanto à estratégia preferida.
A Vero Internet pretende ampliar sua atuação no mercado móvel com a aquisição de espectro em caráter primário e também com o uso do mercado secundário, conforme permitido na proposta de atualização do PGMC apresentada pela Anatel. Hoje operando como MVNO, a empresa tem contrato nacional, mas opta por se concentrar nas 426 cidades onde já está presente com a infraestrutura de banda larga fixa.
“Com a regulação atual, estamos atentos à possibilidade de comprar espectro. Já operamos no móvel e agora a análise é diferente. Também vemos potencial no uso secundário, principalmente em cidades onde já conhecemos o mercado”, afirmou o CEO Fabiano Ferreira em entrevista ao Tele.Síntese.
A Vero acompanha com atenção a possibilidade de acesso à faixa de 700 MHz, prevista para novo leilão em 2025, mas não descarta outras faixas nos próximos anos para crescer no móvel. “Vamos avaliar tudo de forma macro, buscando oportunidades de novas receitas e ganhos de eficiência”, disse.
Ferreira também indicou que a empresa está ativamente no mercado de M&A. Após a fusão com a Americanet, a Vero manteve o pipeline de negociações aquecido e segue analisando aquisições ou novas fusões. “Nosso apetite continua grande. Temos negociações em andamento e estamos preparados para aproveitar as oportunidades certas, com disciplina de precificação e foco em gerar valor”, declarou.
Ele avalia que o mercado de ISPs ainda não atingiu o pico de consolidação e que os próximos anos serão marcados por novas ondas de aquisições. Hoje o setor tem mais de 22 mil players registrados, e o ambiente macroeconômico mais restritivo em acesso a capital deve favorecer as empresas mais estruturadas.
“Temos um playbook de integração testado, e agora também um modelo de fusão bem-sucedido. Sabemos gerar valor e estamos em posição estratégica para crescer com sustentabilidade”, completou o CEO.
O executivo também comentou que a decisão da Anatel de extinguir a Norma 4 a partir de 2027 deve favorecer a equidade regulatória e abrir novas oportunidades. “Essa norma fez sentido no passado, mas agora é o momento de revisão. As empresas têm dois anos para se adaptar e competir em igualdade de condições”, afirmou.