Verizon quer espectro brasileiro para atuar com IoT na 5G

A Verizon, maior operadora de celular norte-americana, resolveu mostrar seu interesse pelo mercado brasileiro de Internet das Coisas, e apresentou uma série de reivindicações à consulta pública aberta pelo MCTIC sobre o tema. Entre elas, a operadora não quer que esse segmento se submeta à regulação de telecomunicações (e, como consequência à Anatel), e pede que o governo libere frequências de 5G para o uso comercial.

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A maior operadora de celular norte-americana, a Verizon, resolveu acordar para o mercado brasileiro, e mais especificamente, para o futuro mercado de Internet das Coisas (IoT). E decidiu apresentar seus pleitos à consulta pública sobre o tema, formulada pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, cujo prazo para as respostas a um longo formulário feito pelo governo terminaria hoje, mas foi prorrogado por mais 20 dias.

Entre as reivindicações da operadora,  sugere que o Estado não só crie mais formas para o compartilhamento eficaz do espectro, como também libere mais frequência para o uso comercial, “com ou sem licença”. E argumenta: “na medida em que milhares de milhões de novos dispositivos IoT são implantados, isso impulsionará o crescimento de dados que, combinados com o crescimento paralelo no uso geral dos dados dos dispositivos dos consumidores, irão requere novas cessões de espectro comercial para dar vazão à demanda sem precedente da largura de banda. Isso inclui espectro necessário para apoiar 5G, uma vez que as velocidades super rápidas e baixa latência 5G ajuda facilitar novos casos de uso da Internet das coisas”.

A empresa assinala, ainda, que “espectro” é apenas uma parte da equação. Quer o governo adotando políticas que estimulem os investimentos na infraestrutura necessária para suportar a Internet das Coisas. E defende: para implementar 5G, os provedores de serviço precisam intensificar as suas redes através da implantação de células adicionais pequenas em suas redes e expandir o acesso à rede de backhaul. “Os prestadores destes serviços podem enfrentar custos significativos e restrições regulatórias no momento de implementação esse tipo de rede”, alerta.

A operadora defende ainda que o Estado não crie regulação específica para a IoT, e mesmo que esse segmento não fique enquadrado dentro da regulamentação de telecomunicações existentes. Ou seja, a operadora não quer esse novo ramo da indústria de TI e telecom sob o controle da Anatel.

Ericsson

O enquadramento dessa indústria em uma regulação específica é também criticada pela fabricante Ericsson. Para a empresa, “as tecnologias IoT/M2M estão evoluindo rapidamente, por isso, não é recomendado que os governos introduzam regulamentações específicas para a indústria IoT/M2M, uma vez que estas podem tornar-se obsoletas muito rapidamente e podem prejudicar os investimentos”.

O SindiTelebrasil,  por sua vez, defende a necessidade de revisão legal – regulatória e tributária – para o serviço, onde “o livre mercado seja a regra”.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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