VERA, IA da Energisa, faz predição de poda de árvores

Esse é um dos projetos com Inteligência Artificial da companhia de energia elétrica, que tem seu próprio centro de excelência para o desenvolvimento de soluções.
Energisa tem laboratório de IA. Lucas Pinz, diretor. Crédito-Divulgação
Lucas Pinz, diretor de Estratégia, Inovação e Laboratórios Digitais da Energisa

A Energisa  vem obtendo avanços no emprego de inteligência artificial a partir das inovações do Energisa Digital Labs, centro de excelência em inteligência artificial, o primeiro do setor elétrico, lançado em 2021. Lucas Pinz, diretor de Estratégia, Inovação e Laboratórios Digitais da Energisa, diz que a empresa já vinha pesquisando e implementando alguns projetos desde 2017 e viu a necessidade de ganhar escala, capacitar a força de trabalho e trazer expertises.

“Trouxemos recursos de fora e desenvolvemos internamente cientistas de dados, designers, e outras carreiras ligadas a IA. Dentro do planejamento estratégico da empresa, adicionamos o tema da cultura de dados (data driven). Isso requer uma série de iniciativas e uma delas foi o Digtal Labs, que tem por objetivo desenvolver soluções e produtos baseados em IA”, diz Pinz.

A IA é um dos focos estratégicos da empresa. Os projetos vão desde modelos simples de otimização até técnicas mais avançadas como deep learning, machine learning e mais recentemente redes generativas.

Entre os projetos em implantação está o VERA, modelo de predição de poda de árvores. Com recursos de redes neurais, uso de imagem capturadas pelos técnicos de manutenção, imagens  de objetos próximos, imagens de drones e satélites, a solução conta com um algoritmo que identifica a árvore, a sua espécie e a distância para a rede de distribuição.

“Baseado em uma combinação de dados de temperatura, humidade e previsão climática, conseguimos predizer o crescimento da árvore e o momento de podar. Nossa expectativa é reduzir entre 10% e 20% os custos de poda numa primeira etapa. A partir do momento em que for implantada de forma massiva, vamos colher melhores resultados”, estima Pinz. O VERA (solução de poda de árvores) estará disponível no mercado para empresas de serviços públicos a partir de novembro”, anuncia.

Outro projeto com IA é a manutenção preditiva, prática comum a qualquer indústria que trabalha com ativos muito caros. No caso da Energisa, são mais de 1 mil transformadores críticos de grande porte nas subestações servindo a alguns milhares de clientes.

“Se esses transformadores pararem, há queda de energia. Mais do que valor do ativo, o importante é a disponibilidade da energia. Monitoramos esses transformadores com sensores para antecipar falhas a partir de eventos como aumento de vibração, de temperatura e da qualidade do óleo”, explica o direto da Energisa.

Só no Digital Labs já foram lançados 25 produtos, entre os quais o que utiliza drones capturando imagens para inspeção de ativos em média e alta tensão nas torres de transmissão. Normalmente eram feitas inspeções visuais para identificar se há ninhos de pássaros, rachaduras e outras anomalias.

“Identificamos que a eficiência do uso de IA na inspeção é duas vezes superior à capacidade humana de detecção de anomalias e conseguimos até 60% mais rapidez nessas inspeções. Aprovamos um projeto para colocarmos essa aplicação em maior escala e esperamos nos próximos anos usarmos amplamente nas redes da Energisa”, completa Pinz.

A empresa

Com 118 anos de história, a Energisa é um dos maiores grupos privados com capital nacional do setor elétrico brasileiro. Além das nove distribuidoras de energia e das 12 concessões de transmissão e geração de grande porte renovável, o portifólio da empresa inclui uma marca de soluções energéticas – a (re)energisa –, com geração distribuída por fonte renovável, comercialização de energia no mercado livre e serviços de valor agregado.

Há ainda uma central de serviços compartilhados, uma empresa de contact center e a fintech Voltz, a primeira no segmento energia. Recentemente, o portifólio cresceu com a inclusão da distribuição de gás natural, através da aquisição da ES Gás. Com todo esse conjunto de empresas, o Grupo Energisa atende a mais de 20 milhões de pessoas em 875 municípios de todas as regiões do país e gera mais de 20 mil empregos, diretos e indiretos.

Fintech

Para a Voltz, fintech gestada dentro da companhia, foram desenvolvidos produtos financeiros como score de crédito, para que a empresa tenha capacidade de ofertar produtos mais customizados. A Voltz é focando na jornada de pagamentos da conta de energia e no público das classes, B, C e D, promovendo a inclusão digital e financeira para todos os públicos. A fintech tem atualmente mais de 1 milhão de clientes e mantém ativa a busca de oportunidades nos outros negócios e no mercado.”

No ambiente corporativo, há a preocupação com a segurança, mas a empresa já estuda o uso de IA generativa. Isso porque, disponibilizar dados em plataformas como chat GPT pode gerar vulnerabilidades. O diretor da Energisa observa que está no radar também temas ainda muito novos como ontologia de dados – modelo de dados que representa um conjunto de conceitos dentro de um domínio e os relacionamentos entre estes – para se criar a sua própria história de dados organizando-os e concatenando-os de uma forma melhor.

“Estamos fazendo pilotos ligados ao atendimento a clientes e algumas coisas para backoffice, como análise de contratos. Mas
sempre com versão corporativa das soluções, e não o chat GPT. De uma maneira geral, o principal propósito de nossos projetos de IA visa a otimizar custos e também a gerar receitas. O VERA (solução de poda de árvores) estará disponível no mercado para empresas de serviços públicos a partir de novembro”, anuncia Pinz.

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Da Redação

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