Unifique vai comprar mais ISPs em 2023
Unifique avisa que vai comprar ISPs neste ano de 2023 e, mesmo assim, conseguirá recompor margens deterioradas ano passado
Depois de pisar no freio em 2022, quanto comprou “só” três provedores de internet, a Unifique pretende voltar a comprar ISPs em 2023. O CEO da companhia, Fabiano Busnardo, disse nesta quinta-feira, 23, que a empresa tem caixa, baixo endividamento, e que o mercado anda mais favorável.
Atualmente, a dívida da companhia equivale a metade do EBITDA (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) anual. Segundo Busnardo, é possível chegar a uma alavancagem equivalente 2x o EBITDA caso os negócios que se apresentarem forem excelentes. Mas inicialmente, o limite estipulado internamente é de 1,5x o EBITDA. Em 2022, o EBITDA da companhia foi de R$ 344,8. Na ponta do lápis, considerando a dívida atual e o caixa, significa que a empresa tem cerca de R$ 300 milhões para fusões e aquisições.
O diretor financeiro da Unifique, José Wilson Souza Júnior, corrobora a percepção do CEO. “Desacelerar as compras em 2022 foi uma medida acertada, no colocou em posição de caixa muito boa e extremamente confortável”, opinou.
Segundo Souza, os ISPs estavam exigindo preços muito elevados por suas empresas, e agora, há mais racionalidade. “Neste ano de 2023, as oportunidades de M&A já aparecem, os preços mudaram, os players estão mais dispostos a sentar e conversar em condições que são melhores para nós. Então esperamos volume maior de aquisições em 2023”, resumiu.
As premissas para a compradora, disse, não mudaram. A Unifique segue atrás de ISPs com boa infraestrutura óptica e cuja compra resulte sinergias para o grupo. Ele lembrou que a compra da Sygo, provedora do Rio Grande do Sul, em 2022 foi bastante desafiadora, achatou margens por conta dos preços praticados, e houve aumento de custos para tentar melhorar o desempenho da unidade.
A Unifique espera que aquisições, daqui para frente, não tenham tanto impacto nos números de rentabilidade. Pelo contrário. O ano será de compras, mas a expectativa é de recomposição das margens. “Acho que chegamos no fundo do poço [em relação às margens] em 2022. Se não acontecer algo fora de nosso controle, penso que vamos recompor as margens este ano”, finalizou o CEO, Busnardo.
Em 2022, a margem bruta encolheu 2,6%, para 46,5%. A margem EBITDA cresceu 1,5%, para 50,8%, mas ainda longe da máxima já registrada pelo grupo, que foi de 56,9% no começo de 2021.