Unicamp e Ericsson inauguram centro de pesquisa em telecomunicações

Com apoio da Fapesp, laboratório deve receber investimento de R$ 56 milhões ao longo de dez anos; foco do hub é desenvolver pesquisas em temas como IoT, machine learning, IA, realidade aumentada, 5G e 6G
Smartness, centro de pesquisa oriundo da parceria entre Unicamp, Ericsson e Fapesp (crédito: Pedro Amatuzzi/Inova Unicamp)

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Ericsson inauguraram, nesta segunda-feira, 5, o Centro de Pesquisa em Engenharia Smart Networks and Services 2030 (Smartness). O hub deve se dedicar a desenvolver pesquisas na área de telecomunicações, incluindo ferramentas com base na tecnologia 5G e dar os primeiros passos no ainda desconhecido 6G.

A iniciativa também conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Na prática, o início das operações está previsto para março de 2023, quando o ano letivo será retomado na instituição de ensino após o período de férias. Inicialmente, o laboratório, que fica dentro das instalações da Unicamp, em Campinas, no interior do estado de São Paulo, deve operar por dez anos (2023 a 2033).

Anualmente, o espaço contará com investimento de R$ 5,6 milhões, totalizando R$ 56 milhões ao longo de todo o período de parceria. A Ericsson e a Fapesp entram com R$ 1,4 milhão por ano, cada. Já a Unicamp aporta o dobro (2,8 milhões). No entanto, a parte que cabe à universidade não se limita a somas em dinheiro, uma vez que a instituição cobre os gastos com pesquisadores, pessoal e infraestrutura.

As conversas entre Ericsson e Unicamp em torno do centro de pesquisa começaram há três anos. Em maio deste ano, a Fapesp aprovou o projeto, cujo contrato deve ser assinado entre janeiro e fevereiro do ano que vem.

O Smartness 2030 tem esse nome em razão do ano para o qual se espera a chegada da tecnologia 6G. Até lá, pesquisadores da Unicamp, parceiros e estudantes de todos os níveis superiores (graduação, mestrado e doutorado) devem se debruçar sobre temas como Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), machine learning, Inteligência Artificial (IA), realidade aumentada e 5G. As pesquisas também devem pavimentar o caminho para a chegado do 6G.

“O centro de pesquisa atuará sob três pilares: computação de borda customizável, arquiteturas cognitivas e controle fluído com planos de dados”, afirmou Maria Valéria Marquezini, pesquisadora da Ericsson e vice-diretora do Smartness 2030.

Pelo lado da Unicamp, o centro de pesquisa será liderado por Christian Esteve Rothenberg, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC), que fica no cargo de diretor do Smartness 2030. “Também se trata de um projeto de educação. Vamos visitar e trazer escolas para conhecer a tecnologia”, pontuou.

Conforme o programa apresentado, nos primeiros anos, as pesquisas devem abordar temas como internet dos sentidos, sistemas ciberfísicos e rede trustworthy. Em seguida, a ideia é avançar para assuntos como internet dos pensamentos, novos paradigmas computacionais e sustentabilidade na indústria de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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