5G: Um Telecom quer disputar sozinha a faixa de 26 GHz e em consórcio a de 3,5 GHz
O que não parece faltar são desafios para a Um Telecom, provedora de acesso à Internet que atende tanto o mercado corporativo quanto ISPs com a oferta de conectividade baseada em sua rede de mais de 15 mil quilômetros de fibra óptica. Depois de ter investido R$ 15 milhões na expansão dessa infraestrutura, agora é a vez de dobrar os investimentos para alcançar novos desafios, como ampliar a oferta de serviços para o provedor regional, criar uma rede neutra, conquistar cerca de 100 mil clientes B2C em cinco anos e disputar o leilão 5G da Anatel, principalmente para o uso da faixa de 26 GHz.
Rui Gomes, CEO da operadora, já havia manifestado seu interesse em disputar o leilão 5G em sistema de consórcio com outras empresas e fundos. Agora, afirmou que para a faixa de 26 GHz pretende entrar na disputa sozinho e que está em conversa adiantadas com outras empresas para a formar um consórcio para o espectro de 3,5GHz.
Na sua avaliação, o 5G é um processo evolutivo da conectividade e é mandatório que as empresas estudem esse tema. E abre um leque de oportunidades também para o provedores regionais que podem, por exemplo, responder pela última milha dos projetos 5G de grandes operadoras.
A provedora enfrenta também desafios para montar uma rede neutra que, de acordo com o executivo, construa um modelo de negócios que favoreça tanto quem está comprando quanto vendendo a conectividade. Ele lembra que é preciso amadurecimento e a primeira experiência semelhante, com os ISPs utilizando as redes das operadoras para garantir cobertura, não teve sucesso e induziu os provedores regionais a investirem em sua própria infraestrutura, preferencialmente de fibra óptica.
“Hoje os provedores respondem por uma capilaridade de mais de 400 mil quilômetros de redes de fibra óptica no país e acreditamos na expansão dessa área com ainda mais profissionalismo”, disse. A Um Telecom procura estar ao lado do provedor não apenas no uso de sua rede como também na entrega de soluções para esse mercado em expansâo. Isso inclui oferecer aos ISPs a possibilidade de ofertas a seus clientes como streaming de vídeo, cloud computing, vídeo cloud e segurança, por exemplo. A empresa tem um departamento de inovação que é totalmente voltado para o desenvolvimento de novas plataformas para os provedores e em breve lançará um novo produto, a TV fechada.
B2C
Gomes lembrou que não foi fácil a decisão de a empresa apostar também no mercado B2C. “Sempre respeitamos muito o provedor regional como nosso cliente e os admiramos pelo trabalho que fizeram”, explicou. Com a resistência a esse projeto vencida dentro da operadora, a decisão foi então criar uma startup com foco na oferta de banda larga. A previsão de dois anos ter cerca de 100 mil clientes não fica restrita regionalmente a Pernambuco, estado sede da Um Telecom, mas avançar também em outras regiões.
Este ano, a empresa começa a aplicar a segunda fase de seu plano de investimentos, com R$ 30 milhões em expansão das redes e outras atividades. Na opinião de Gomes, a empresa deve crescer cerca de 30% este ano.