TV 3.0 deve ser iniciada com 10 a 14 canais, estima Anatel

Proposta de uso do espectro deve ser encaminhada ao Conselho Diretor da Anatel até o final de julho.
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‘Proposta em fase de formulação deve indicar quantos canais TV 3.0 terá no início da operação | Foto: Freepik

O Gerente de Espectro, Órbita e Radiodifusão da Agência Nacional de Telecomunicações, Rodrigo Gebrim, afirmou nesta terça-feira, 25, que a área técnica deve encaminhar ao Conselho de Diretor da Anatel a proposta para uso do espectro para a TV 3.0 até o final de julho deste ano. A análise deve indicar a capacidade inicial de canais.

“A expectativa é a de que nós tenhamos de 10 a 14 canais para TV 3.0 na faixa entre 216 a 400 MHz”, afirmou Gebrim, durante o Workshop de Espectro, realizado na sede da Anatel nesta tarde.

Segundo Gebrim, a variação no número se dá em decorrência do processo de desocupação, já que parte da faixa é atualmente destinada para fins exclusivamente militares. “Nós estamos conversando com os diversos players para tentar fazer um remanejamento de maneira a atender melhor o pleito do setor”, afirmou o gerente.

O número de canais aumentará com o tempo a partir da migração da tecnologia.

Ainda de acordo com Gebrim, considera-se a possibilidade de se utilizar, especificamente, a faixa de 300 MHz para a TV 3.0, como confirmado mais cedo pelo superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação, Vinícius Caram

As principais diretrizes da política pública para a TV 3.0 foram definidas em decreto publicado no ano passado. Entre os pontos que ainda precisam ser definidos está se o processo de migração será feito de forma mandatória ou opcional.  

Também presente no Workshop, o secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações (MCom), Wilson Wellisch, afirmou que a fase de discussão atual ainda está focando na tecnologia a ser utilizada – ATSC 3.0 (EUA) ou ISBD-T Avançado (Japão). Ainda serão analisados os resultados dos testes que estão sendo realizados pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD).

Wellisch ressalta que as avaliações em curso envolvem a eficiência espectral, ou seja, como o sistema vai se comportar em termos de ocupação do espectro, para depois  discutir como implementar um simulcast (disponibilização de canal de uma mesma emissora em tecnologias diferentes, simultaneamente). 

“O que a gente espera para o sistema de TV 3.0 é que, a medida que as redes de TV 3.0 entram em operação, a gente consiga manter a TV digital como é hoje por um tempo, fazendo simulcast. Então, muito por conta disso, e da necessidade de espectro, uma das possibilidades é fazer uma entrada na TV 3.0 ainda de forma voluntária”, explica.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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