Trustee vende ações da Oi e deixa de ter participação relevante

Após afirmar que pretendia influenciar na recuperação, Trustee, corretora ligada a Nelson Tanure, já não tem mais participação relevante na Oi

(crédito: Freepik)

A Trustee DTVM, que criou fundo para investimento em ações na Oi e comprou muito em fevereiro, já está se desfazendo da participação de 5,14% alcançada. A empresa informou a tele ontem mesmo que vendeu papeis e não deve mais ser considerada um acionista relevante. O movimento se dá poucos dias após ter avisado que pretendia influenciar na recuperação da operadora.

No período, a Trustee diz que não celebrou qualquer acordo a respeito de direito de voto na Oi. O movimento da corretora influenciou fortemente a flutuação das ações da tele ao longo de fevereiro. O resultado das compras foi uma valorização acima de 100%.

Os papeis ordinários da Oi valiam R$ 0,62 quando o fundo Nova Oi começou a comprar grandes volumes, no começo de fevereiro. No dia 21 do mesmo mês, bateram R$ 1,42. A partir daí, houve desvalorização contínua. Nesta sexta-feira, com a notícia de venda pelo Trustee, que teria ligações com o investidor Nelson Tanure, famoso por entrar em empresas financeiramente comprometidas, as ações ordinária sobem 0,24%, e são vendidas a R$ 0,92.

AGC adiada

Nesta semana aconteceu a assembleia geral de credores da Oi, em que os participantes aprovaram postergar a votação do plano pelo menos até 25 de março. O adiamento atende a pedido da Anatel, que embora não vote na assembleia, avisou que em 23 de março acaba o prazo para se chegar a acordo com a operadora no TUC a respeito da sustentabilidade das concessões – no processo, a tele diz que tem a receber R$ 61 bilhões da União em compensações por regras que prejudicaram os negócios nos últimos anos. A Anatel, por sua vez, diz que a Oi é que deve R$ 12 bilhões. Há expectativa, porém, de que se chegue a um meio termo.

Diante do prazo, a agência compareceu à assembleia de credores e pontuou que depois do dia 23 de março o futuro da Oi ficará mais nítido.

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Rafael Bucco

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