Tributos altos e celulares caros: o retrato do Brasil no mais novo relatório da UIT

Estudo compara 162 países e destaca que o brasileiro já troca mais mensagens por WhatsApp do que via SMS, diferentemente do que acontece no resto do mundo.
Negócio fotografia desenhado por Creativeart - Freepik.com
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A União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgou hoje a edição 2018 do estudo Measuring the Information Society Report em que confirma que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo sobre os serviços de internet fixa e móvel. O percentual de tributos no Brasil, de acordo com o levantamento, é de 40%, acima da média mundial que é de 16%. Estudo leva em conta a carga tributária de 162 países.

A questão é especialmente problemática uma vez que os tributos contribuem para elevação dos preços. O mesmo documento da UIT ressalta que, no Brasil, o impacto tributário é proibitivo na aquisição do celular. Aqui, 20% das pessoas sem internet em casa dizem que só não têm por causa do alto preço dos aparelhos. Índice apenas superado por Jamaica, Palestina, México e Zimbábue (onde 50% das pessoas sem acesso criticam o custo do dispositivo). O modelo de pré-pagos garante que, apesar dos altos impostos sobre os serviços, os brasileiros mais pobres consigam acessar a internet ocasionalmente.

O relatório traz outras observações sobre o país. Aponta, por exemplo, que aqui já há mais usuários de aplicativos de trocas de mensagens do que de SMS. São 65% dos usuários recorrendo a serviços como o WhatsApp, enquanto 56% declara usar o SMS. O número local está em linha com a tendência nas Américas, onde 67% das pessoas dizem usar aplicativos para trocar mensagens, mas também 67% dos usuários na região recorrem ao SMS.

A UIT aponta, ainda, que o Brasil saiu na frente em redes 4G nas Américas, ao lado de Estados Unidos e Canadá, graças à realização de leilões de espectro no momento ideal. A UIT destaca que o país destinou espectro AWS (1,7 a 2,1 GHz) e de 2,6 GHz, ainda em 2013, enquanto nossos vizinhos o fizeram anos mais tarde. A Argentina, por exemplo, realizou os primeiros leilões para 4G em 2014.

O relatório pode ser lido da íntegra aqui.

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Rafael Bucco

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