TIM ativa tecnologia de voz sobre LTE em Brasília

Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Natal, Maceió e Uberlândia receberão a novidade ainda neste mês de julho. VoLTE é exclusivo, por enquanto, a clientes do pós-pago.

4g-lte-logoA TIM ativou hoje, 24, em Brasília a tecnologia VoLTE (voz sobre LTE, na sigla em inglês) em sua rede. A tecnologia permite que ligações de voz em alta definição sejam feitas pela sua rede de quarta geração, entre usuários do pós-pago. Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Natal, Maceió e Uberlândia receberão a novidade ainda neste mês de julho.

No fim de 2017, o VoLTE já estará nas cidades onde a companhia opera o 4G na faixa de 700 MHz, além das dez principais capitais do país. Hoje, a TIM tem o 700 MHz ativado em 60 cidades. Rio de Janeiro é exceção. Ali, a operadora usa as frequências de 1,8 GHz e 2,6 GHz.

O consumo de voz continuará sendo tarifado da mesma maneira, conforme o plano do usuário. As ligações não são descontadas do pacote de dados.

“Não haverá qualquer tarifação adicional ou ajuste nas ofertas. O cliente também não precisará fazer uma ativação ou escolher qual rede quer utilizar. Tudo acontece de forma automática, simples e transparente para o consumidor”, afirma Leonardo Capdeville, CTO da TIM Brasil.

Como funciona o VoLTE

O VoLTE permite que celulares 4G façam e recebam chamadas de voz. E que redes também 4G transmitam essas ligações. Criada para ser uma rede de transmissão de dados IP, a rede 4G precisou ser adaptada para separar o consumo de dados do consumo de voz.

Até então, o 4G só podia ser usado para conexões de banda larga móvel. Enquanto o 3G ou 2G eram mantidos para garantir o funcionamento do serviço de telefonia. Todo celular 4G podia acessar internet com maior velocidade. Mas qualquer chamada tradicional depende da disponibilidade de redes 3G ou mesmo 2G.

Com a ativação, a TIM consegue ampliar o alcance de sua rede, especialmente usando o espectro de 700 MHz. Essa frequência se propaga por maiores distâncias, apesar de precisar de menos antenas. Em teoria, a tele pode se tornar capaz de atender bairros onde não tinha conseguido instalar antenas 3G.

“Estamos focados em lançar o VoLTE, porque a cobertura é bem maior que as frequências e tecnologias anteriores. Em Brasília, nosso 3G tinha 60% de cobertura indoor. Com o 4G, passou a 99%”, diz o executivo.

Nem todo celular 4G faz chamadas VoLTE

Importante lembrar, porém, que o funcionamento do VoLTE depende não apenas da rede da operadora, mas também do smartphone do usuário. Por isso, a tele recomenda que o cliente tenha certeza de compatibilidade com o serviço.

Atualmente, os celulares capazes de efetuar chamadas de voz por LTE são os topo de linha das fabricantes, e alguns intermediários. Todos os modelos vendidos pela própria TIM são compatíveis. São 24 os modelos vendidos no país.

“A tecnologia permite chamadas de voz em alta definição, aliadas à redução do consumo de bateria e do tempo de espera para a conexão ser estabelecida”, complementa Capdeville. Segundo ele, 40% dos smartphones usados na base de usuários da operadora são compatíveis.

Outros fatores importantes para o usuário são a navegação simultânea utilizando o 4G, redução do consumo de bateria e menor tempo de estabelecimento da ligação, passando de oito para dois segundos, em média.

A rede

O uso do VoLTE faz parte do plano industrial da TIM, que prevê investimentos até 2019 na expansão do 4G. Esses investimentos seguem a todo vapor, segundo Capdeville. Os fornecedores selecionados para o projeto de ativação da voz sobre LTE foram Huawei, que montou os núcleos de rede IMS em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Nokia, Ericsson, além da Huawei, entregaram as células, do tipo eNodeB, que integram 2G, 3G, 4G e efetuam a agregação de portadoras.

Outra preocupação foi adequar a rede às exigências legais, o que inclui a identificação das chamadas para cobranças, além de permitir a interceptação por autoridades de segurança.

A próxima etapa será permitir a interconexão de chamadas VoLTE entre as operadoras, tanto localmente, como para roaming. Mas tal projeto ainda não tem data prevista para acontecer. “No futuro é possível que a interconexão seja tarifada, mas não vemos isso como fonte de receita. A receita virá à medida que o usuário se sinta confortável com a tecnologia”, acrescenta.

Antes, porém, virá a liberação do serviço a clientes do pré-pago, uma vez que o serviço foi liberado apenas para os assinantes pós-pagos. A TIM espera realizar, no futuro próximo, 90% das chamadas por VoLTE, liberando seu espectro para o 4G.

E já se prepara para isso na cidade mais populosa do país: São Paulo. A empresa vai instalar 600 antenas na cidade até o início de agosto. E todas as suas células na capital paulista vão operar em 1,8 e 2,6 GHz. A cobertura mais extensa já se faz sentir em estações do metro, que há três meses sequer tinham sinal da empresa.

“Estamos fazendo um trabalho full layer em São Paulo. Estamos ativando o 1,8 GHz em todas as estações radiobase, ampliando a cobertura. E estamos fazendo o carrier aggregation em toda a cidade. São 10 MHz de banda do 1,8 GHz para o 4G. E será mais. No interior do estado, destinamos 15 MHz”, conclui. A Ericsson fornecerá todas as ERBs, neste caso.

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Rafael Bucco

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