TIM vê cenário econômico difícil, e quer resgatar a agilidade nas ofertas

O CEO da TIM, Pietro Labriola, afirmou que a operadora irá fazer um "ajuste fino" para enfrentar a agressiva concorrência interna no pré-pago e a economia desafiadora, com queda na projeção do PIB e deterioração da confiança do consumidor.

Os resultados operacionais da TIM do primeiro trimestre – com aumento de lucros, receitas e Ebitda – não tiraram o foco do novo CEO da operadora, Pietro Labriola, que, na conferência aos analistas de hoje, 8, disse que irá manter as conquistas mas fazer um “ajuste fino” em sua atuação, também para enfrentar o cenário macroeconômico desafiador, que afeta diretamente a telefonia móvel.

Labriola ressaltou que a economia brasileira enfrenta a reversão das projeções de crescimento do PIB para menos de 1,5% este ano; deterioração da confiança do consumidor e baixa geração de emprego. Além da piora na macroeconomia, o executivo apontou que há uma concorrência muito mais agressiva de preço no pré-pago, o que, no seu entender, não é a melhor resposta para o segmento.

Para enfrentar essa realidade, afirmou, pretende fazer com que a TIM volte a atuar com agilidade e inovação. ” A indústria de celular precisa rever o  foco na competição de preço e começar a oferecer mais conteúdo. Nos últimos nove meses, perdemos o nosso DNA, não fizemos novas ofertas, nem apresentamos novas tecnologias. Nessa nova fase, iremos continuar a ser a mais ágil do mercado”, afirmou o executivo.

Para ele, embora a aposta continue no pós-pago, quando haverá posicionamento mais forte, visto que as adições líquidas do período desaceleraram, o pré-pago como um todo enfrenta desafios. ” Não podemos migrar toda a base de pré para o pós”, admitiu. No trimestre, enquanto as receitas do pós cresceram 9,3% em relação ao mesmo período de 18, as do pré-pago caíram na mesma proporção.

FTTH e 5G

Embora as receitas com o TIM Live (a oferta de banda larga fixa da empresa) tenham crescido 35% (A/A), e o número de domicílios com acesso à fibra óptica da empresa tenha pulado de 200 mil para 1,3  milhão, Labriola ressaltou que os investimentos nessa área serão mantidos conforme o previsto, visto que a banda larga fixa tem grandes diferenças entre o fluxo de caixa e margem em relação à móvel.

Ele espera que o leilão de 5G, prometido pela Anatel para março do próximo ano,  não maximize o valor da licença, mas sim o tempo de entrega dos serviços, pois essa tecnologia poderá ser uma nova fonte de receitas para as operadoras. ” O Brasil precisa aumentar a digitalização no campo”, reforçou.

 

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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